Onda de furtos assola comércios e Sindilojas-GO pede medidas urgentes

Nos últimos meses, uma preocupante onda de furtos e roubos tem assolado os estabelecimentos comerciais no centro de Goiânia, deixando comerciantes e lojistas em estado de alerta. Relatos de incidentes cada vez mais frequentes têm gerado apreensão entre a comunidade empresarial local, que clama por medidas urgentes para conter essa escalada de criminalidade.

Em conversas com diversos comerciantes afetados, um sentimento de frustração e preocupação é evidente. “É um pesadelo constante. Não podemos mais relaxar, nem mesmo por um momento, com medo de sermos alvo desses criminosos”, desabafa Pedro, proprietário de uma loja de eletrônicos no centro da cidade. “Os furtos estão ocorrendo em plena luz do dia, e os criminosos parecem agir com total impunidade.”

Com quase 11 mil furtos em comércios registrados em Goiás em 2023, conforme dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública, os lojistas e o Sindilojas-GO (Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás) cobram reforço na segurança pública da Região Metropolitana de Goiânia e na capital, principalmente no Centro. Esse crime é recorrente no bairro.

Uma outra vítima de furto é o empresário Jefferson Sadala, do ramo de malas, mochilas e bolsas, que amargou um prejuízo de R$ 18 mil. A loja dele foi invadida por ladrões duas vezes no ano passado. “Além do prejuízo com as mercadorias furtadas, tivemos mais gastos extras com o reforço que fizemos no monitoramento e no reforço nas trancas. Não é uma situação fácil”, lamenta o lojista.

O Presidente do Sindilojas-GO, Cristiano Caixeta reconhece o empenho da Polícia Militar no combate à criminalidade (os furtos em lojas caíram 14% entre 2022 e 2023). Porém, ele cobra do Estado e da Prefeitura de Goiânia investimentos em ações preventivas, como a implementação do projeto Centraliza, que busca revitalizar o Setor Central.

“Precisamos de mais videomonitoramento e de uma iluminação pública mais eficaz, para ajudar a inibir a ação dos ladrões. O Centro é uma área com alta incidência de furtos em lojas, e isso, além de afastar os consumidores, gera prejuízos que podem determinar até o fechamento da empresa, em alguns casos”, reivindica Cristiano.

O dirigente afirma que a insegurança é um dos principais vilões do comércio varejista, principalmente das lojas de rua. Cristiano conclui: “Não podemos permitir que se repitam aqui as cenas tristes que a gente vê na região do Santa Efigênia, em São Paulo. Lojas tradicionais do comércio local fecharam as portas após sucessivos furtos, gerando desemprego, perda de renda e muitas dívidas”.

O aumento da atividade criminosa tem impactado não apenas os proprietários de lojas, mas também os clientes, que agora se sentem menos seguros ao frequentar a região central da cidade. “Antes, costumava vir ao centro para fazer minhas compras com tranquilidade. Agora, penso duas vezes antes de sair de casa”, relata Maria, moradora local.

Diante desse cenário alarmante, os comerciantes têm clamado por uma resposta mais eficaz das autoridades de segurança pública. Eles pedem uma presença policial mais ostensiva nas ruas, além de medidas preventivas, como a instalação de câmeras de segurança e a intensificação das patrulhas a pé.

Em resposta às demandas da comunidade empresarial, a Polícia Militar de Goiás (PMGO) anunciou o aumento do policiamento na região central, com a implementação de operações específicas para coibir a criminalidade. O objetivo é restaurar a sensação de segurança e tranquilidade tanto para os comerciantes quanto para os frequentadores do centro de Goiânia, bem como previsto pelo protejo Centraliza, iniciado pela Prefeitura de Goiânia.