O importante trabalho do Instituto Médico Legal em Goiás 

Um dos métodos é encontrar o molde do sorrisos de ossadas

Postado em: 13-04-2024 às 11h15
Por: Rauena Zerra
Imagem Ilustrando a Notícia: O importante trabalho do Instituto Médico Legal em Goiás 
Um dos métodos é encontrar o molde do sorrisos de ossadas | Foto: Leandro Braz/O Hoje

Safol, o departamento da Polícia Científica do Estado de Goiás que recolhe e identifica ossadas encontradas em todo território goiano, é a seção de antropologia forense e odontologia legal funciona das 7h às 0h e conta com 14 coordenações.

A seção de antropologia forense e odontologia legal em Goiânia está situada no edifício do IML (Instituto Médico Legal), no Setor Cidade Jardim, na Avenida Engenheiro Atílio Corrêa Lima. A divisão conta com oito membros na equipe, incluindo três legistas, três peritos dentistas, um auxiliar de autópsias e um assistente administrativo.

Atualmente, o instituto tem a responsabilidade de cuidar de diversos restos mortais não identificados. Muitos ossos coletados ao longo dos anos em Goiás estão armazenados lá. 

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Os restos mortais são higienizados e, após a análise dos especialistas, são embalados em caixas numeradas. Todos os dados são registrados e as ossadas são armazenadas em um depósito. Dessa forma, permanecem ali,  aguardando até que suas famílias possam identificá-los. 

Se engana quem pensa que o trabalho do departamento se limita apenas à identificação de ossadas, pois também inclui a perícia em pessoas vivas – em situações de agressão em que a vítima lesionou a boca ao ponto de perder um dente, ou mesmo em casos de mordidas violentas, e também em casos de tratamentos dentários que causem algum tipo de lesão ao paciente, a Polícia Civil pode contatar o Safol para atuar.

Uma imagem com um sorriso em uma plataforma digital pode desempenhar um papel importante na construção da identidade, como indica a evidência da ciência forense.

Após a descoberta de uma ossada, é fundamental contatar a Polícia Civil para investigar a situação. Se a ossada for confirmada como sendo de origem humana, cabe ao delegado responsável acionar o departamento da Polícia Científica do Estado de Goiás encarregado da coleta, e, se viável por meio de exames periciais, realizar a identificação dos restos mortais.

Ao chegar ao departamento da Polícia Científica, pode-se constatar a impossibilidade de coletar impressões digitais da ossada, momento em que os restos mortais são enviados para o Safol (Seção de Antropologia Forense e Odontologia).

No Safol, há duas maneiras de identificar a ossada: através da análise antropológica e da análise odontológica. Um dos peritos, Solon Diego, conhecido como Aladim, por causa do cavanhaque e careca, faz uma demonstração à reportagem de como é montada a ossada para possível identificação. O trabalho é tão importante, conta Solon, que, às vezes, existe até uma disputa entre os peritos sobre quem vai executá-lo. 

João Carlos, técnico de radiologia, esclarece que é responsável pela realização de radiografias dos ossos, mediante solicitação do próprio Safol. Essas radiografias são empregadas para comparar com exames anteriores quando há familiares que possam fornecer as informações requeridas. Além disso, ele detalha que a seção dispõe de dois aparelhos em seu uso: um de Raio-X convencional e outro de radiografia.

O exame antropológico é realizado com o intuito de identificar o perfil biológico, incluindo sexo, idade e estatura aproximada da pessoa em questão. Ele serve como uma estimativa, auxiliando na redução do espectro de busca.  “Através do exame antropológico, nós tentamos determinar o sexo do indivíduo e tentamos também estimar a idade, estatura e possível causa da morte”, explica o perito criminal, Ronan Ferreira. 

O perito também ressalta que a seção de antropologia forense e odontologia legal no IML de Goiânia é um setor especializado que lida com casos complexos de identificação humana.

É viável realizar a análise odontológica, por exemplo, utilizando uma foto do sorriso publicada nas redes sociais para identificação, já que cada pessoa tem uma estrutura facial única que se desenvolve durante a fase adulta.

Se houver dados precisos disponíveis para verificar a identidade da pessoa, como registros médicos, radiografias, histórico odontológico e até mesmo fotos das redes sociais sorrindo, é possível aprimorar a busca. “A participação dos familiares ao fornecer informações corretas é crucial nesse procedimento.”, finaliza Ronan.

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