Aedes aegypti causa morte de quinze pessoas em Goiânia

Números comparados com o mesmo período do último ano apresentam uma redução de 16% dos casos

Postado em: 22-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Números comparados com o mesmo período do último ano apresentam uma redução de 16% dos casos

Segundo dados levantados pelo Ministério da Saúde, Goiás é o estado com o maior número de casos de dengue em todo o país

Felipe André*

Só neste ano Goiânia já registrou 15 mortes por dengue, além de mais 26.483 casos. Em relação ao mesmo período de tempo no último ano, houve uma queda de 16% nos casos constatados. Em relação às outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, um caso de chikungunya e 356 casos de Zika vírus foram notificados na Capital. O início do período chuvoso é visto como crucial para o aumento de casos de dengue.

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Entre os dias 5 e 9 de novembro foi realizado o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa). O trabalho visitou mais de 30 mil imóveis para verificação da infestação do vetor. O resultado apresentou um índice de infestação de 3,23% acima do recomendado pelo Ministério da Saúde que é de 1%.

No mês de setembro o LIRAa foi de 0,33%. “O aumento se dá principalmente pelo início do período chuvoso associado às altas temperaturas. Nestas condições e com a maior disponibilidade de criadouros aumenta também a proliferação do mosquito”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde da Capital (SMS), Flúvia Amorim.

Segundo a Prefeitura de Goiânia, cerca de 430 agentes estão orientando a população a respeito de como eliminar focos dos mosquitos da dengue. Ao todo, neste ano já foram realizadas 2.097.449 visitas pelos agentes em imóveis. Destes 78% residenciais e 22% em comércios, terrenos baldios, dentre outros. Cerca de 80% dos focos foram encontrados em residências.  “Quanto menos mosquitos, menos transmissão e menos doença”, destaca Flúvia Amorim.

Armadilha

Com o intuito de melhorar o monitoramento da infestação em Goiânia, em agosto deste ano foram instaladas 300 armadilhas chamadas de ovitrampas em todas as regiões da Capital. O material permite verificar a densidade de ovos e assim estimar a quantidade de mosquitos adultos na região, contribuindo para um combate mais eficaz e oportuno.

Mesmo com o trabalho da Prefeitura, a superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Flúvia Amorim, alerta que “sem a ajuda de cada morador não será possível controlar ou evitar a ocorrência de epidemias. O ciclo do mosquito é em média de sete dias, ou seja, do ovo até se transformar em mosquito adulto. Assim, é necessário que, pelo menos, uma vez por semana cada cidadão verifique a presença de qualquer lugar ou objeto que acumule água dentro de casa ou no trabalho”.

Entre os trabalhos a serem realizados pelos agentes, está incluído: visita casa a casa, atendimento de denúncias, visita ponto estratégico, bloqueio nos casos de dengue, fiscalização, visita nas casas abandonadas e agendamento de imóveis pela imobiliária.

Qualquer casa, residência ou outro tipo de imóvel, será primeiramente notificado pelo agente e após o tempo determinado ao retornar, caso o agente não note a mudança solicitada o local será multado. A Secretária de Saúde informou que as multas podem variar de R$ 2 mil até R$ 20 mil. Quando se trata de residência, o valor é R$ 2 mil, para o comércio é R$ 5 mil e obras de grandes construções pode chegar a R$ 20 mil.

Goiás

Segundo dados levantados pelo Ministério da Saúde, Goiás é o estado com o maior número de casos de dengue em todo o país. A Secretaria Estadual de Saúde informou no começo deste mês que o número de casos da doença passou para 93.220. Assim, representa um aumento de 23,36% em relação ao mesmo período do ano passado, quando se registrou 53.678 casos.

Goiás também se tornou a maior incidência da doença. A cada 100 mil pessoas, 1.025 tiveram dengue. De acordo com o Ministério da Saúde, os municípios com maior incidência da doença no país também estão em solo goiano. Quase 3 a cada 100 mil habitantes tiveram chikungunya em todo o estado. (Felipe André é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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