Minicelulares são a nova aposta na Penitenciária Odenir Guimarães

Anápolis e Aparecida de Goiânia registraram a existência dos aparelhos nos presídios

Postado em: 22-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Anápolis e Aparecida de Goiânia registraram a existência dos aparelhos nos presídios

Os detentos usam as mais variadas estratégias para passar os minicelulares para dentro das penitenciárias

Thiago Costa 

A ousadia dos criminosos em Goiás cresceu, mas os celulares diminuíram. Recentemente foram encontrados 15 minicelulares de apenas 6 centímetros e com pouco metal na Penitenciária Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, por exemplo. Em Anápolis foram apreendidos oito exemplares deste mesmo tipo de aparelho celular em presídios, já que, por conta do tamanho, tem sido facilmente entregue aos presos. 

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De acordo com a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), celulares e drogas são escondidas dentro do próprio corpo de quem tenta entrar com os produtos nas unidades, principalmente por mulheres que escondem os aparelhos nas partes íntimas. As estratégias mais comuns para passar os ilícitos para dentro das penitenciárias são vasilhas, colchões, frutas, verduras, doces, refrigerante, água mineral, material de higiene e limpeza em geral, eletrônicos e colchões. 

Para que os aparelhos não consigam entrar nas unidades, são feitas revistas ostensivas manuais ou com auxílio de equipamentos como detector de metal, scanner corporal, esteira de raio-X, além de informações levantadas pelos serviços de inteligência da DGAP e outras forças policiais que ajudam os agentes penitenciários prevenir a entrada desses equipamentos de comunicação e drogas nos presídios goianos.

Recentemente, em Jataí, um menor foi apreendido suspeito de tentar entrar na unidade prisional do município com três celulares escondidos dentro de um bolo de aniversário, que seria entregue aos reeducandos. A artimanha, que é apenas uma das várias tentativas dos criminosos de receberem os aparelhos em presídios goianos, foi descoberta após os agentes passarem o alimento pelo raio-x da instituição, no dia que os internos recebem entregas de amigos, familiares e outros criminosos que tentam burlar o sistema.

De acordo com a DGAP, o menor foi apreendido e encaminhado à delegacia para as devidas providencias e poderá responder por ato infracional análogo ao favorecimento real à entrada de celular em estabelecimento prisional.

Em Jaraguá, um homem foi preso ao tentar entrar com drogas, 15 celulares, fones de ouvidos, carregadores, baterias extras e chips de várias operadoras de telefonia. O homem e os materiais apreendidos foram conduzidos para a delegacia da polícia civil, onde o delegado responsável pelo caso deu voz de prisão ao acusado.

Caso confirmado quais dos presos receberiam os produtos com entrada proibida nas unidades, o reeducando pode responder a mais um processo criminal e ter aumentada a pena e perder benefícios, como a remissão de pena.   

De acordo com a advogada criminalista, Monique Sousa, quem tentar entrar com celulares em presídios brasileiros responderá de acordo com o artigo 349-A do Código Penal Brasileiro, podendo o acusado pegar de três meses a um ano de detenção, mas que a possibilidade de permanecer preso é quase nenhuma, já que o crime, assim que a pessoa for pega em flagrante, aceita o pagamento de fiança e, no final do processo, o acusado poderá receber a sentença para a prestação de serviços à comunidade, podendo responder em liberdade. 

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