Vandalismo custa 15 ônibus por ano ao transporte coletivo

Cerca de 16 veículos são retirados de circulação todos os meses por conta da ação de vândalos

Postado em: 23-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Cerca de 16 veículos são retirados de circulação todos os meses por conta da ação de vândalos

Felipe André*

A Região Metropolitana de Goiânia (RMG) registra anualmente cerca de 192 atos de vandalismo aos ônibus de transporte público coletivo, os números foram divulgados pela Rede Metropolitana de Transporte de Coletivo (RMTC) que atende 18 municípios em todo o estado. Em todos os meses cerca de 16 ônibus são retiradas de circulação devido a depredação causada pelas próprios passageiros.

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O reparo e reposição de equipamentos e utensílios utilizados nos terminais, juntamente com os gastos de reparos nos veículos que são vandalizados, somam o equivalente à compra de 15 ônibus novos por ano. São registrados ao longo dos anos uma média de 72 atos de vandalismos nos terminais. Esses casos de violência contra o patrimônio público são intensificados em dias de clássicos no futebol goiano, de acordo com a RMTC.

O gerente de transportes da empresa Reunidas, que atende 280 bairros da RMG, Cláudio Lizita, lamenta as situações de vandalismo, principalmente quando passageiros também acabam sendo vítimas dos atos. “Há casos em que os ônibus são apedrejados e os passageiros feridos por estilhaços de vidros. Quando isso ocorre o motorista tem que acionar socorro médico e ainda registrar um boletim de ocorrência, atrapalhando não só o atendimento, mas prejudicando outras pessoas”, afirma.

Outro fator que prejudica o usuário do transporte público é a burocracia para que um ônibus volte a circular normalmente. O veículo fica parado em torno de dois ou três dias e as empresas consorciadas também são obrigadas a arcar com o prejuízo financeiro. O transporte vandalizado só volta para as ruas após autorização do órgão fiscalizador, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), que faz uma inspeção para garantir a qualidade do reparo e condição de utilização do ônibus.

Itens e linhas

Os itens mais visados pelos vândalos dentro do ônibus são janelas de emergência, vidros fixos de janelas, calhas do sistema de iluminação e mangueiras hidráulicas das portas automáticas. Já os principais atos de vandalismo praticados nos terminais e estações são: depredação, destruição e furtos de materiais e utensílios como lixeiras, torneiras e tampas de válvulas de descargas, especialmente dentro dos banheiros de uso público.

Os terminais Cruzeiro, Bandeiras e Vera Cruz são os locais onde há maior registro de ações de vândalos. Com relação às estações do Eixo Anhanguera onde acontecem mais atos de vandalismo estão a José Hermano e Jóquei Clube. As linhas com maiores índices de atos de vandalismo são as do Eixo Anhanguera, incluindo as extensões para Trindade e Goianira, a linha 574 (Terminal Bandeiras / Forteville), e a 338 (Terminal Vera Cruz / GO 060 / Jardim do Cerrado). Os ônibus, além dos terminais e estações contam com o sistema CMTV que facilita na identificação dos culpados.

GPS

A Câmara Municipal de Goiânia sancionou o projeto de lei que obriga as empresas de ônibus concessionárias do transporte coletivo a implantar e manter o Sistema de Posicionamento Global (GPS) em toda a frota operada por concessão do Poder Público Municipal. Os equipamentos serão monitorados pela própria empresa.

As informações serão disponibilizadas para os usuários por meio de um aplicativo para celular em tempo real. A Câmara tem 10 dias para publicar a lei no Diário Oficial. Aprovado em segunda votação, o projeto chegou a ser vetado pelo prefeito Íris Rezende (MDB), mas os vereadores não se convenceram e derrubaram o veto por 22 votos a 4. (Felipe André é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

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