Justiça revoga liminar e decreta nova prisão preventiva de lutador suspeito de abusos em Goiânia
Lutador foi solto por liminar, mas desembargadora revogou decisão e decretou prisão preventiva, considerando risco às vítimas e à investigação
Por: Vitória Bronzati
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) revogou, na última quinta-feira (25), a liminar que havia concedido liberdade ao lutador de jiu-jitsu suspeito de estupro e ameaça contra três mulheres em Goiânia. O homem, que havia sido preso em 7 de abril, mas liberado dois dias depois, foi recapturado após decisão da desembargadora Lília Mônica de Castro Borges Escher.
A decisão da desembargadora foi unânime e levou em consideração o risco à segurança das vítimas e o possível comprometimento da investigação caso o homem estivesse em liberdade. Para ela, o juízo de primeiro grau “justificou satisfatoriamente a necessidade da manutenção do encarceramento provisório do paciente, especialmente com fulcro na garantia da ordem pública, instrução criminal e risco de reiteração criminosa”.
Prisão
Ele foi preso durante um campeonato de jiu-jitsu no último dia 7 de abril. Apesar de tudo, no dia 9 do mesmo mês, o lutador conseguiu um habeas corpus e passou a responder ao processo em liberdade. A soltura do lutador gerou apreensão nas mulheres que o acusam, que relataram perseguições e ameaças constantes por parte dele. “Ele falava comigo como se eu fosse presa dele”, disse uma das vítimas.
O habeas corpus concedido foi questionado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), que alegou que a audiência de custódia do lutador aconteceu sem a sua participação. Apesar da contestação, a decisão inicial foi mantida pelo desembargador plantonista Adegmar José Ferreira na época.
Caso
O lutador é suspeito de ter cometido pelo menos oito crimes contra ex-namoradas. As acusações incluem estupro, ameaça de morte, injúrias e lesão corporal. Em um dos casos, o lutador teria ameaçado de morte a ex-namorada e o atual companheiro dela na frente de várias pessoas durante um campeonato de jiu-jitsu.
Além da vítima que presenciou as ameaças no ginásio, outras duas mulheres que se relacionaram com o homem no passado também o denunciaram por crimes de violência doméstica. Mensagens divulgadas pelas vítimas mostram conversas agressivas do investigado, com frases como “Aprende uma coisa: eu sou psicopata! Se estiver vivo ou morto, pra mim é irrelevante”. A suspeita é que existam ainda mais vítimas que ainda não denunciaram o lutador.
