Entenda caso de policial militar torturado em batalhão com uso de madeira, cilindro de 80kg e sinos de 50kg
Decisão que levou à prisão dos policiais envolvidos na agressão contra um colega de farda do Batalhão de Choque
Por: Yago Sales
O soldado Danilo Martins conta que foi forçado por cerca de 14 policiais a assinar o termo de desistência do curso de Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque (BPChoque), no dia 22 de abril, quando se apresentou para tratar questões documentais, de alojamento, cerimonial e toda a logística do curso.
As agressões começaram quando o coordenador do curso insistiu que ele assinasse o requerimento de desistência do curso que já estava preenchido, e caso contrário, “ele iria me tirar, seja por lesão ou trairagem”, conta o soldado.
Danilo conta que foi obrigado a cantar músicas vexatórias, correr com troncos acima da cabeça, fazer flexões com punho cerrado em asfalto e brita e recebeu pauladas na cabeça, chutes no tronco e teve as mãos pisoteadas; as agressões aumentavam de intensidade quando negava a assinatura.
A prisão preventiva de 14 policiais envolvidos no caso e a busca e apreensão de 15 objetos usados nas agressões foram efetuados na segunda-feira (30). A Polícia Militar do Distrito Federal soltou uma nota sobre o caso informando que não admite desvios de conduta e irá apurar os fatos de forma criteriosa e imparcial, observando todo o processo legal e permitindo a ampla defesa dos envolvidos.
Danilo Martins ficou internado durante 8 dias, e conta que foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise – ruptura do músculo esquelético, ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral, além de estar com dificuldades para enxergar.
Escrito por Andresa Cardoso