Goiânia registra mais um caso de morcego positivo para raiva em 2024

Ao todo, já são quatro casos de raiva em morcegos na capital. O animal, identificado como da espécie ‘Artibeus lituratus’, foi encontrado sem vida no Setor Jaó, na Região Norte da cidade

Postado em: 01-05-2024 às 08h00
Por: Ronilma Pinheiro
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A raiva é uma doença infecciosa viral aguda que afeta mamíferos, incluindo seres humanos | Foto: Divulgação/SMS

Mais um caso de morcego positivo para raiva foi registrado na capital goiana, elevando o total para quatro casos neste ano. O animal, identificado como da espécie “Artibeus lituratus (frugívoro)”, foi encontrado sem vida no Setor Jaó, na Região Norte da cidade. O caso foi divulgado na terça-feira (30), pelas autoridades da saúde, mas o diagnóstico foi confirmado no último dia 16.

Segundo o Departamento de Vigilância em Zoonoses (DVZ), responsável pela monitorização de casos de raiva animal no município, não houve contato humano com o morcego, apenas com gatos da residência onde o animal foi encontrado. O departamento informou ainda que os animais já possuíam vacinação antirrábica, mas receberam reforço como medida preventiva. “Nesses casos, o Ministério da Saúde não recomenda a vacinação em massa, portanto, apenas os gatos da residência foram reforçados”, explicou Wellington Tristão, gerente de Controle de Animais Sinantrópicos.

Os outros três morcegos identificados como portadores de raiva foram localizados em Goiânia, são pertencentes às espécies Eptesicus diminutus (insetívoro), Molossus molossus (insectívoro) e Artibeus planirostris (frugívoro).

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Em 2023, foram registrados sete casos de morcegos positivos para raiva em diferentes bairros da capital, incluindo Leste Universitário, Vila João Vaz, Negrão de Lima, Parque Tremendão, Setor Vila Nova e Setor Criméia Leste, este último com dois casos.

“Todo caso de raiva em morcego requer atenção especial, mesmo naqueles em que os morcegos são frugívoros e insetívoros, ou seja, não se alimentam de sangue, mas podem morder se se sentirem ameaçados”, alerta Murilo Reis, diretor da DVZ, ao destacar que a detecção de casos de raiva em morcegos é sempre motivo de alerta devido ao risco de transmissão para humanos.

O diretor chama atenção também para a vacinação antirrábica para cães e gatos. “Uma vez vacinados, cães e gatos ficam protegidos contra a raiva. Atualmente, não há campanha de vacinação contra raiva, mas as doses estão disponíveis gratuitamente na sede da Zoonoses, na Upa Vet da Amma e nas Escolas de Veterinária da UFG e da PUC”, finaliza.

A raiva, uma doença infecciosa viral aguda que afeta mamíferos, inclusive seres humanos, permanece como uma ameaça à saúde pública. Caracterizada por uma encefalite progressiva e aguda com uma taxa de letalidade de aproximadamente 100%, a raiva é causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, pertencente à família Rhabdoviridae.

A transmissão da doença ao homem ocorre principalmente pela saliva de animais infectados, sendo as mordeduras a forma mais comum de contágio. No entanto, arranhões e lambidas desses animais também representam um risco de transmissão.

Em 2022, foram registrados casos preocupantes da doença. Um caso de raiva foi identificado em um morcego frugívoro da espécie Artibeus lituratus, na Região Noroeste. Além disso, dois casos foram relatados em felinos, em regiões tanto do norte quanto do noroeste.

Orientações 

Em caso de acidentes com animais domésticos, silvestres e principalmente morcegos, a pessoa deve procurar uma Unidade de Saúde o mais breve possível para avaliação da profilaxia de raiva adequada para o caso.

Ao se deparar com um morcego morto, caído ou encontrado em horário e local não habitual, como por exemplo, durante o dia em local claro, o cidadão deve entrar em contato com a Vigilância em Zoonoses para que o animal seja recolhido, pelos telefones (62) 3524-3131 e 3524-3124 durante horário comercial, e (62) 3524-3130 no período noturno, finais de semana e feriados.

Evite contato físico com morcegos para minimizar o risco de acidentes, isolando-os com panos, caixas de papel ou baldes, ou mantendo-os em ambiente fechado até que sejam capturados por pessoas capacitadas. É importante também, informar à Diretoria de Vigilância em Zoonoses caso cães e/ou gatos da residência/local de trabalho tenham contato com morcegos.

Os cães e gatos, com idades acima de de 3 meses, devem estar com a vacinação antirrábica em dia, seja durante a campanha de vacinação ou nos postos permanentes disponíveis durante todo o ano na Sede da Diretoria de Vigilância em Zoonoses e Hospital Veterinário da Escola de Veterinária e Zootecnia/UFG.

Os especialistas destacam que os morcegos são animais de extrema importância para o ecossistema; portanto, quando voando livremente durante a noite, não são considerados animais suspeitos, e nessas condições, não representam risco desde que não sejam manipulados

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