BR-158 apresenta o segundo pior trecho rodoviário do Brasil

Percurso da BR-158, entre Jataí e Piranhas só não é pior que ligação entre Natividade a Barreiras na Bahia

Postado em: 26-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Percurso da BR-158, entre Jataí e Piranhas só não é pior que ligação entre Natividade a Barreiras na Bahia

Em Goiás, cerca de 64% das estradas apresentam qualidades de regular a péssimo, avalia pesquisa da CNT

Gabriel Araújo*

Buracos, falta de sinalização e pouca segurança, o percurso de ligação da BR-158 entre os municípios de Jataí e Piranhas, no Sudeste de Goiás, é o segundo pior trecho rodoviário do país, ficando atrás apenas das quatro rodovias que ligam Natividade, no Tocantins, a Barreiras, na Bahia.

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Dados de pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, mapearam as condições de 107 mil quilômetros de rodovias no país, sendo que 57% das estradas apresentam algum tipo de problema. De acordo com o órgão, seria necessário anos de trabalho e investimentos na casa dos R$ 48 bilhões para a reestruturação dos trechos.

Em Goiás, cerca de 64% das estradas apresentam qualidades de regular a péssimo. As rodovias que mais apresentam problemas são as GO-302, em Itajá, e GO-330, em Orizona. No caso da GO-302, a rodovia já foi até interditada pela Justiça em 2015, na época, a paralisação parcial do tráfego foi justificada nas condições apresentadas pela via. Conforme a promotoria responsável pelo caso à época, a rodovia em questão está “tomada por buracos, em um avançado estágio de degradação, em decorrência da omissão dos requeridos na deflagração de manutenção preventiva”. Na decisão, o juiz Adenito Mariano Júnior afirmou que a rodovia em questão “está em estado crítico, lastimável e vergonhoso”, além disso, o local causa prejuízos financeiros aos motoristas, que, frequentemente, têm seus veículos estragados no local. Além disso, há o risco de eles atropelarem pessoas ao desviar dos buracos.

Dados oficiais do estudo da CNT apontam que 67,4% das estradas apresentam algum tipo de problema, o equivalente a mais de 5 mil quilômetros de estradas em Goiás com questões como sinalização e pavimentação precisando de manutenção. “O acréscimo do custo operacional devido às condições do pavimento chega a 32,9% no transporte rodoviário. Rodovias com deficiência reduzem a segurança, além de aumentar o custo de manutenção dos veículos e o consumo de combustível”, afirma a Confederação.

Com isso, seria necessário mais de R$ 2,5 bilhões apenas para ações emergenciais de reconstrução e restauração das vias, já que existem trechos com a superfície do pavimento apresentando trinca, remendos, afundamentos, ondulações, buracos ou mesmo destruída. “Para a manutenção dos trechos desgastados, o custo estimado é de R$ 1,35 bilhão”, completou o órgão.

Nacional

O estudo realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) constata melhora na qualidade das rodovias. Enquanto no estudo de 2017 61,8% da extensão das rodovias tiveram resultados péssimos, ruins ou regular, em 2018 cerca de 57% das rodovias apresentaram problemas.

Para o estudo, mais da metade das rodovias pesquisadas apresentaram problemas no pavimento, ou seja, 50,% das estradas contam com buracos, fissuras, ondulações e desnivelamento, figurando entre trechos péssimos, ruins ou regulares.

Apesar disso, o pior aspecto é a geometria da via, onde 75,7% da extensão das rodovias brasileiras foram classificadas de regular à péssima. Entre as duas últimas pesquisas, o número de pontos críticos subiu de 363 para 454, um aumento de 25,1%. “A falta de investimentos é a principal causa das péssimas condições das rodovias brasileiras. Para corrigir os problemas mais urgentes, reconstrução, restauração e readequação das vias desgastadas, são necessários R$ 48,08 bilhões. Isso é sete vezes mais do que o orçado pelo governo federal para todas as obras em transporte rodoviário este ano”, afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade.

Em termos de comparação, o Governo Federal pretende gastar pouco menos de R$ 7 bilhões com infraestrutura rodoviária. A pesquisa da CNT avaliou 109 ligações rodoviárias, ou seja, extensões formadas por rodovias federais e estaduais que possuem importância socioeconômica e volume significativo de veículos e passageiros. A melhor ligação foi entre São Paulo e Limeira, na Grande São Paulo, que foi avaliada como “ótima”. (Gabriel Araújo* é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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