Perdas do MDB em 2024 podem atrapalhar caminho de Daniel em 2026

A legenda perdeu o prefeito Vilmar Mariano para o União Brasil do governador Ronaldo Caiado, enquanto Anápolis ficou sem o pré-candidato Márcio Corrêa, suplente de deputado federal

Postado em: 06-05-2024 às 08h34
Por: Francisco Costa
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Inclusive, o partido, neste momento, conforme analistas, tem poucas perspectivas de eleger prefeitos nas principais cidades do Estado | Foto: Reprodução

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) tem um desafio que começa em 2024, mas terá reflexos em 2026. Ele precisa manter o MDB, um dos partidos mais tradicionais do Estado, forte nesta e nas próximas eleições. No momento, a situação não parece favorável, visto que a legenda pode ficar sem candidato a prefeito ou vice, em Goiânia, pela primeira vez em cerca de 40 anos. 

E não é só isso. A legenda perdeu o prefeito Vilmar Mariano para o União Brasil do governador Ronaldo Caiado, enquanto Anápolis ficou sem o pré-candidato Márcio Corrêa, suplente de deputado federal que deixou a sigla e migrou para o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Inclusive, o partido, neste momento, conforme analistas, tem poucas perspectivas de eleger prefeitos nas principais cidades do Estado. Goiânia, Aparecida e Anápolis, como citado, estariam fora. O quarto maior PIB, Rio Verde, tem um bom nome do MDB, o sucessor do prefeito Paulo do Vale (União Brasil), Wellington Carrijo, mas tem pela frente o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PL), visto como nome forte. 

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Há, ainda, Catalão, quinta cidade mais rica de Goiás. Lá, o prefeito Adib Elias (MDB) tenta emplacar Velomar Rios (MDB). Como adversários, ele tem o expressivo pecuarista Elder Galdino (que deixou o MDB e foi para o Republicanos, mais uma perda) e o também produtor rural Renato Ribeiro (PL), representante do bolsonarismo. 

Sem prefeitos [ou com poucos, especialmente em grandes municípios], o 2026 de Daniel fica mais difícil. O vice-governador deve assumir o mandato no primeiro semestre e tentar a reeleição. Como principal adversário, o mais cotado é o senador Wilder Morais (PL). 

Wilder é, justamente, presidente do PL estadual. Partido que tem esvaziado nomes do MDB – assim como o União Brasil do aliado Caiado. Em momentos anteriores, existia a conversa de costura por apoios, com foco em 2026, entre o governador, Daniel e Wilder. Todavia, a visão é de que os players têm buscado muito espaço e cedido pouco (para não dizer nada). 

Visão

Existe a visão de que Daniel, no caso do governador e do União Brasil, estaria abrindo mão de espaços para dar um salto maior em 2026. Para o professor e cientista político Guilherme Carvalho, todavia, isso “não soa como abertura estratégica para quem é do partido e políticos em geral”.

“Afinal de contas, é o partido perdendo espaços estratégicos, onde ele poderia indicar cargos, onde tem o poder deliberativo sobre cargos no final das contas, que é como o MDB penetrou de forma tão grande no estado de Goiás. Na verdade, isso soa como fraqueza”, avalia o analista político.

Segundo Guilherme, para quem precisa se legitimar, não ter espaços e precisar contar com aliados de outros partidos é apostar na palavra de políticos. “A questão toda é que o cenário de 2026 não está construído ainda. Alguns nomes podem se colocar, outros podem sair da base e tudo pode acontecer. E, no final das contas, ele pode acabar com um apoio muito frouxo da base do governador ou acabar com a base até liberada para apoiar quem quiser”, desenha um cenário.

Especificamente sobre Goiânia, o professor diz que o MDB perde demais se não indicar, pelo menos, o vice – tudo indica que o grupo do presidente da Alego, Bruno Peixoto (União Brasil), vai indicar o vice de Sandro Mabel (União Brasil), nome da base caiadista. Ele observa que Daniel pode não ter força para uma coalizão multipartidária, como a que Caiado construiu, também, com aspectos específicos, como a pandemia, por exemplo. “Não deve ter essa mesma possibilidade sem Caiado ao lado dele”, arremata.

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