Reforma da Vila Ambiental deve dar uma nova cara no Areião

Reforma da Vila Ambiental completa cinco meses e custa cerca de R$ 800 mil

Postado em: 28-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Reforma da Vila Ambiental completa cinco meses e custa cerca de R$ 800 mil

Gabriel Araújo*

A reforma da Vila Ambiental, no Parque Areião, já ocorre por cinco meses e deve dar uma cara nova a um dos parques mais antigos da Capital, o Areião. De acordo com a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), em razão do alto valor licitado para a reforma, é preciso esperar o fim dos trabalhos para abrir novas licitações. 

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O local está sendo reformado devido às condições deixadas após dois incêndios ocorridos no ano passado. O primeiro caso foi constatado no início de setembro, quando o Teatro Aberto, local utilizado por escolas para atividades recreativas, foi destruído pelas chamas. 

Já o segundo caso ocorreu no final do mesmo mês, quando o bambuzal do Parque foi parcialmente destruído pelas chamas. Na época, o Corpo de Bombeiros afirmou que a ocorrência teve início por volta das 3h da manhã e cinco viaturas foram mandadas para o local para controlar as chamas. Apesar disso, o fogo logo se alastrou por boa parte do local, devido à baixa umidade do ar. A partir de então, foi aberta uma licitação e uma empresa foi contratada para realizar os trabalhos, que foram iniciados no começo de julho.

Conforme informado pela Amma, a reforma da Vila Ambiental já está praticamente concluída. “O processo de compra de telhas apropriadas demorou, pois não estavam sendo encontradas. Lá, anteriormente, era coberto com telhas de cerâmica, e centenas delas foram retiradas pelos macacos-prego na busca de alimentos, como insetos, por exemplo”, afirmou o órgão.

O valor divulgado pela prefeitura para a reforma foi de R$ 800 mil. “Esse recurso virá de um consórcio de empresas por meio de TCA (Termo de Compensação Ambiental). Como há obras diversas a serem realizadas, cada empresa arcará com a obra cujo valor esteja relacionado ao TCA que terá de pagar. Uma placa sobre a reforma do parque já foi colocada na entrada para colocar os usuários do local da par das obras e assim evitarem caminhar no interior do parque”, finaliza a nota.

Hoje equipes estão finalizando o Teatro na Vila Ambiental do Parque Areião, que é utilizado para aulas de educação ambiental de alunos do ensino público da capital. “Devido as condições em que a Vila Ambiental se encontrava, foi necessária a intervenção. As aulas de educação ambiental precisaram ser transferidas para o Parque Macambira, mas a gente percebeu que a localização não tão favorável”, completa o órgão. 

Parques

Em Goiânia, os parques fazem parte do dia-a-dia dos moradores. Muitos utilizam essas áreas para praticar esportes, ler, descansar e aproveitam os eventos que fazem parte do cotidiano dos parques e bosques.

De acordo com levantamento da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Goiânia tem 94 metros quadrados de áreas verdes para cada cidadão, o que faz da cidade a capital com maior número de metros quadrados de áreas verdes por habitantes. 

Segundo a prefeitura da cidade, são 32 parques e bosques oficiais. Os mais famosos são o Lago das Rosas, o mais antigo, criado nos anos de 1940 e próximo do Centro da Capital, o Parque Flamboyant, localizado no jardim Goiás e o Parque Vaca Brava, localizado no Setor Bueno e que foi criado em 1951, mas só foi construído em 1996.

Os maiores parques da Capital são o Parque Municipal Carmo Bernardes, com mais de 600 mil metros quadrados, o Bosque Índia Diacuí, com mais de 300 mil metros quadrados de extensão e o Parque Municipal Cascavel, localizado no Jardim Atlântico e com quase 300 mil metros quadrados.

Preservação ambiental

Estudo da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), constatou que o município de Goiânia conta com 195 unidades de conservação ambiental, o que resulta em uma área de 16 milhões e meio de metros quadrados. A região da Capital com maior quantidade de áreas de preservação é a sudeste, com 33 unidades.

O órgão ainda afirma que a Capital possui cerca de 80 córregos e quatro ribeirões, o Anicuns, João Leite, Capivara e Dourados, além de um rio, o Meia Ponte. Locais com áreas abertas e de vegetação são importantes para a absorção de água e constante abastecimento dos lençóis freáticos, o que torna parques e áreas de preservação em importantes locais para o próprio abastecimento da cidade.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA), entende as Áreas de Preservação Permanente (APP) como locais que não podem passar por alterações físicas, como construções. Essas áreas foram definidas na última versão do código florestal em maio de 2012, que busca proteger o solo e corpos d’água de ocupação inadequada, além da prevenção de inundações e enxurradas. “A função ecológica de refúgio para a fauna e de corredores ecológicos que facilitam o fluxo gênico de fauna e flora, especialmente entre áreas verdes situadas no perímetro urbano e nas suas proximidades”, afirmou o órgão.

Para o MMA, o não seguimento destas normas é prejudicial tanto para o meio ambiente quanto para as populações dos centros urbanos. “Os efeitos indesejáveis do processo de urbanização sem planejamento, como a ocupação irregular e o uso indevido dessas áreas, tende a reduzi-las e degradá-las cada vez mais. Isso causa graves problemas nas cidades e exige um forte empenho no incremento e aperfeiçoamento de políticas ambientais urbanas voltadas à recuperação, manutenção, monitoramento e fiscalização das APP nas cidades”, completou. 

Enquanto aguarda licitação, Vaca Brava sofre com problemas estruturais 

O Parque Vaca Brava, localizado no Setor Bueno, espera o fim da reforma na Vila Ambiental para ser revitalizado. De acordo com a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), os trabalhos de licitação devem começar assim que a reforma do Parque Areião for concluída.

O parque é um dos locais mais utilizados pelos goianienses para atividades ao ar livre e já é considerado um dos cartões postais da cidade. Apesar disso, o local enfrenta problemas estruturais nas calçadas, infiltrações e iluminação. “Estamos trabalhando para resolver questões mais simples, em que não existe a necessidade da utilização de um grande montante de recursos. A etapa de reforma é mais complexa e deve ser iniciada após o término dos trabalhos no Areião”, afirmou a Amma ao O Hoje.

De acordo com relatório do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), datado de 2012, é possível perceber que o local não conta com um sistema de drenagem adequado. “O problema decorre dos pontos de nascente d’água espalhados pela área e da falta de mecanismos de drenagem imediata da água para o lago. Nos períodos de chuva o solo fica encharcado e a água se acumula junto ao calçamento formando poças”, afirmou o órgão. (Gabriel Araújo* é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

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