Celg deve pagar R$ 100 mil para família de idoso encontrado morto

A antiga Companhia Energética de Goiás (Celg), atualmente Enel Distribuição, foi condenada a pagar R$ 100 mil para a família do idoso

Postado em: 30-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A antiga Companhia Energética de Goiás (Celg), atualmente Enel Distribuição, foi condenada a pagar R$ 100 mil para a família do idoso que foi encontrado morto dentro de poste em Goiânia. O caso aconteceu em novembro de 2016. Segundo a decisão, a Justiça teria determinado, antes do acontecido, a retirada dos postes deixados em vias públicas sem serem instalados. No entanto, a empresa não os retirou.

Dagoberto Rodrigues Filho, de 68 anos, foi encontrado no canteiro central da Avenida Viena, no Jardim Europa, região sudoeste de Goiânia. Seu corpo estava dentro de um poste que seria utilizado na expansão da rede de alta tensão. Como estava avançado o estado de decomposição, o corpo foi identificado por meio de análise de digital. De acordo com a Enel, a empresa ainda não foi notificada da decisão e qaundo acontecer, irá avaliar a possibilidade de entrar com recurso.

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A sentença foi proferida pelo juiz José Proto de Oliveira, da 4ª Vara Fazenda Pública Municipal. Ele destacou os riscos que os postes, ofereciam à população. “Com efeito, observo que o simples fato de existirem postes abandonados há anos no canteiro central de vias públicas apresenta risco imediato à saúde e à segurança pública, sobretudo pelo potencial de se tornar criadouro de mosquitos transmissores de doença, abrigar animais peçonhentos, ou mesmo servir de ‘mocó’ para usuários e traficantes de drogas depositarem toda sorte de entorpecentes, assim como serviu, também, para o infortúnio do falecido Dagoberto, que, padecendo de problemas mentais, adentrou no fosso do poste, vindo a óbito”.

De acordo com a filha de Dagoberto, Adriane Rodrigues, o idoso sofria com transtorno bipolar e não conseguia um tratamento. Após deixar um tratamento na Capital, Adriane procurou atendimento para o pai na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasicon, em Aparecida de Goiânia, mas não conseguiu.

O juiz ainda durante a decisão, destacou o sofrimento causado pelo desaparecimento e morte do aposentado. “Deste modo, resta sobejamente demonstrado o dano moral sofrido pelos autores, até mesmo porque nenhum dos réus produziu prova derruidora da presunção da dor sofrida por aqueles. Aliás, a investigação acerca do real afeto existente entre familiares não ultrapassaria a esfera de meras elucubrações, vez que não há como medir sentimentos”, escreve o juiz na sentença”. (Felipe André é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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