Cead ajuda goianos no controle do diabetes com tratamento do SUS

A nova instalação que passa a integrar o complexo assistencial do HGG foi inaugurada nesta segunda-feira (13) durante evento

Postado em: 14-05-2024 às 12h00
Por: Ronilma Pinheiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Cead ajuda goianos no controle do diabetes com tratamento do SUS
No Centro de Atenção ao Diabetes, os pacientes contam com atendimento de endocrinologia, enfermagem, nutrição, psicologia, fisioterapia, serviço social e podologia | Foto: Divulgação/HGG

O Diabetes Mellitus (DM), síndrome do metabolismo, de origem múltipla, decorrente da falta de insulina ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, segundo o Ministério da Saúde (MS). A insulina é o hormônio responsável pela manutenção do metabolismo da glicose. Sua falta provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.

A reportagem do jornal O Hoje conversou com algumas pessoas que sofrem do problema e recebem tratamento do Sistema Único de Saúde (SUS), que compartilharam suas experiências e desafios convivendo com a doença, destacando os principais pontos de seus tratamentos.

João Pereira, 55 anos, diagnosticado com diabetes tipo 2 há dez, destaca a importância da alimentação equilibrada em sua rotina. “Procuro fazer refeições com baixo teor de açúcar e carboidratos complexos. Evito alimentos processados e refrigerantes”, explica João. “É um esforço diário, mas necessário para manter minha glicemia sob controle”, compartilha.

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Quanto ao tratamento, João recebe medicação prescrita pelo SUS. “Faço uso regular dos medicamentos indicados pelo médico, além de praticar exercícios físicos regularmente”, diz.

Maria Fernandes,  40 anos, convive com o diabetes tipo 1 desde a infância e enfatiza a importância da contagem de carboidratos em sua alimentação. “Eu calculo a quantidade de insulina necessária para cada refeição com base nos carboidratos que consumo”, explica. “É uma rotina que exige atenção, mas me ajuda a manter minha glicose estável”, acrescenta.

Maria recebe a insulina de forma regular na unidade de saúde do bairro onde mora, e também faz consultas frequentes com endocrinologistas para ajustar o tratamento conforme necessário.

Luísa Oliveira, diagnosticada recentemente com diabetes tipo 2, está aprendendo a lidar com a condição. “Estou fazendo mudanças na minha alimentação, incluindo mais frutas, vegetais e alimentos integrais”, diz Luísa. “Também estou aprendendo sobre a importância do controle do peso e da prática de atividade física regular.”

Assim, como esses pacientes, mais de 13 milhões de brasileiros lutam contra essa doença crônica todos os dias. Em Goiás, outras 500 mil vivem com a diabetes, sendo que esse número abrange somente as pessoas que fazem tratamentos pelo SUS, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO). 

A boa notícia para esse público, é que o Centro Estadual de Atenção ao Diabetes (CEAD) ganhou uma sede própria passando a integrar o complexo assistencial do Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG). A nova instalação foi inaugurada nesta segunda-feira, 13, durante um evento.

Na ocasião, o secretário da saúde estadual, Rasível dos Reis, destacou que o Governo do Estado investiu 4,5 milhões para fazer a reforma e equipar o local. Rasível falou ainda que ao fazer o investimento, o Estado consegue minimizar outros gastos com a doença. “A gente já sabe a progressão de um paciente com diabetes que não é bem tratado. Ele evolui muitas vezes para lesões de outros órgãos, como problemas na visão, problema renal , dentre outros”, detalha.

No CEAD os pacientes contam com atendimento multidisciplinar e serviço de endocrinologia, enfermagem, nutrição, psicologia, fisioterapia, serviço social e podologia. Além disso, são realizadas outras ações de incentivo além dos atendimentos ambulatoriais individualizados, como  a prática de atividade física com fisioterapia, atividades em cozinha experimental e programa de tratamento do pé diabético.

No caso das atividades em cozinha experimental, os portadores de diabetes recebem orientações para o preparo de suas refeições com a nutrição. Já em relação ao programa de tratamento do pé diabético, os podólogos e enfermeiros realizam o cuidado com as unhas e curativos, inclusive com uso de laserterapia, além de ensinar os usuários como realizar a higiene e cuidados adequados dos pés em casa.

Os pacientes do CEAD também contam com cirurgia metabólica, procedimento que é realizado 100% via videolaparoscopia, a partir de recomendações médicas.

Diante da dificuldade desse grupo de pessoas em encontrar atendimento tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto na iniciativa privada, devido ao baixo número de profissionais especializados no Estado, a  instalação torna-se essencial, principalmente para os usuários do SUS.

Desde junho de 2028, quando foi inaugurada até abril deste ano, a instalação já realizou 102.491 Consultas Ambulatoriais, 287 Cirurgias Metabólicas e 27.484 Atendimentos Multiprofissionais. Os dados são referentes a consultas com as especialidades de endocrinologia e cirurgia do aparelho digestivo, serviço social, nutrição, fisioterapia, enfermagem e psicologia, além de programas de tratamento do Pé diabético, Podologia, cozinha experimental, ações de atividade física e fisioterapia.

Além do CEAD, também foi inaugurado o Centro de Serviços Especializados. A unidade visa fortalecer os atendimentos ambulatoriais e será acoplado ao Ambulatório de Medicina Avançada (AMA) do HGG. A intenção é oferecer os serviços de hemodiálise para pacientes que precisam fazer terapia dialítica até que haja disponibilidade de vagas em clínicas próximas à residência do usuário.

Além disso, o local contará com um Centro de Terapia Assistida para a infusão de medicamentos intravenosos. Algumas destas medicações, conhecidas como imunobiológicos, são encaminhadas via Central Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa e outras medicações, como imunossupressores para pulsoterapia são fornecidos pelo próprio HGG. 

O novo espaço contará também com leito-dia para atendimento de pacientes em acompanhamento da equipe de transplante de medula óssea e realização de pequenos procedimentos a nível ambulatorial.

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