Número de focos de queimadas dobrou nos primeiros cinco meses de 2024

Apesar disso, houve uma redução de 40% nas áreas queimadas pelas chamas, já que o combate do Corpo de Bombeiros tem sido ágil

Postado em: 17-05-2024 às 09h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Número de focos de queimadas dobrou nos primeiros cinco meses de 2024
No cerrado, muitos incêndios ainda são causados por ações humanas que propiciam o alastramento das chamas | Foto: Carolina Pimentel/EBC

Com a chegada de maio, e a despedida das “águas de abril”, Goiás entra oficialmente em seu período de estiagem anual como previsto pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo). Com isso, começa também as ações governamentais e privadas para a economia da água disponível e do combate aos potenciais incêndios florestais que podem ser potencializados com a baixa na umidade relativa do ar. 

Sobre isso, foi apurado pelo jornal O HOJE com dados cedidos pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), que no primeiro cinco meses de 2024 houve um aumento pouco maior que o dobro de focos de queimadas se comparado com o ano de 2023. Para se ter uma noção, em 2023 foram registrados 338 focos de queimadas ao redor do estado nos primeiros cinco meses do ano, em 2024, no mesmo período, foram registrados 683 focos, um aumento de 102%. 

De acordo com o gerente da Cimehgo, André Amorim, em entrevista ao jornal O HOJE, conta como este aumento nos casos foi em decorrência do clima observado no início de 2024. Segundo ele, o efeito do El Nino em 2023 propiciou um período de chuvas irregulares, sem a recarga hídrica e de ondas de calor que favoreceram o clima quente e seco, mais favorável a incêndios florestais. “Muitas das vegetações que cresceram neste início de ano já estão secas porque tem porque tem locais com mais de 30 dias sem chuvas. Aqui na Capital já estamos com 20 dias, então temos uma situação bastante delicada”, afirma o gerente.

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Portanto, André alerta que esta estiagem de 2024 pode ser uma de desafios quanto ao combate aos incêndios florestais pelo efeito climático. Contudo, diz que as equipes de monitoramento via satélite estão atentas para o combate rápido e eficaz das chamas. Vale lembrar que em julho de 2023 a Semad finalizou duas licitações para o uso de satélites de imagem do Ministério da Justiça a fim de coibir o desmatamento e lutar contra os incêndios. Dentro disso, foi divulgado pelo jornal O HOJE no dia 6 de janeiro que Goiás teve uma redução de 60% de área afetada por queimadas nos últimos três anos.

Para André, comenta a necessidade de um maior engajamento da sociedade civil perante o uso do fogo como recurso de limpeza. Como ele diz, grande parte dos incêndios florestais no cerrado ainda são causados por ações humanas que propiciam um alastramento das chamas. Contudo, diz que já há um grupo de trabalho multidisciplinar que tem como objetivo o combate dos fogos. “Nós estamos de prontidão com todas as forças envolvidas nisso. Monitoramos e informamos os nossos parceiros que são desde os brigadistas, defesa civil dos municípios, corpo de bombeira e defesa civil do estado de Goiás e até os brigadistas contratados”.

Sobre isso, o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO) está com a Operação Cerrado Vivo em vigor até novembro de 2024. Além da prontidão do combate às chamas, a operação visa a prevenção e o treinamento especializado no combate dos incêndios florestais com reforço de drones, que monitoram áreas sujeitas aos incêndios nesta. 

Por outro lado, o aumento dos focos das chamas registrados não sinalizou um aumento de incêndio nas áreas protegidas, como diz Bruno Paulino, gerente de Emergências Ambientais da Semad. De acordo com ele, em vídeo, houve uma redução de 40% de extensão de área queimada no território goiano pelos dados da rede Brasil Mais ao Semad. Ainda mais, diz que a secretaria continua a intensificar com o combate das chamas e espera um investimento de R$ 2 milhões a mais para o combate aos fogos, destinados para a contratação de brigadas, além da compra de novos equipamentos e estruturas. 

Além disso, diz que parques estaduais e reservas já estão com atividades e campanhas de preparação para os incêndios. Como exemplo, a gestão do Parque Estadual dos Pireneus (PEP), no município de Anápolis, faz simulações de incêndios para o treinamento do acionamento dos brigadistas da região.

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