Software goiano promete acabar com a epidemia de dengue

Solução foi desenvolvida pela empresa Mindify, já utilizada durante a pandemia de Covid-19

Postado em: 23-05-2024 às 09h00
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Software goiano promete acabar com a epidemia de dengue
Tecnologia permite automatização de linhas de cuidado complexas e redução de tempo e custos | Foto: Arquivo Pessoal

Um robô batizado de Mindy é o novo reforço na luta contra a dengue em Goiás. Pioneiro no país, o software foi desenvolvido pela empresa Mindify, especializada na automação de processos, especialmente na área da saúde, com apoio do Tecnova II, programa subsidiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com o Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeg). 

O Mindy permite que linhas de cuidado complexas (saiba mais abaixo) sejam automatizadas com uma fração do custo e do tempo requeridos por outras soluções. A solução criada pela empresa ganhou impulso durante a pandemia de covid-19. A empresa tinha um protótipo na mão e, partir do edital do Tecnova II, conseguiu colocar seu software no mercado. Agora, o Governo de Goiás contratou a tecnologia da Mindify para auxiliar no enfrentamento da dengue.

Segundo o presidente da Fapeg, Marcos Arriel, o desenvolvimento desse software pela empresa fomentada pela Fapeg é um marco não apenas para Goiás, mas para todo o país. “Estamos vendo o poder da inovação e da tecnologia sendo aplicado de forma significativa no enfrentamento de doenças como a dengue. É uma conquista importante e demonstra o potencial das parcerias entre instituições públicas e privadas na promoção da saúde e bem-estar da população”, diz.

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Como deve funcionar 

Em entrevista ao O HOJE, o CEO da Mindify, André de Paula Ramos, contou que a linha de cuidado está sendo construída com apoio das funcionalidades criadas durante o projeto do Tecnova II e a versão piloto do software tem previsão de lançamento para maio de 2024. Ramos explica que o software já está no mercado, mas trata-se de uma solução para empresas ou para governos. Como funciona 

A ideia é que a partir dos sintomas o software sugira que a pessoa vá imediatamente para o pronto-socorro ou se ela tiver sintomas mais brandos, que ela fique em casa porque é mais seguro. “Dessa maneira o cidadão é orientado a ficar tomando água e os demais cuidados necessários, até para evitar uma contaminação cruzada, porque a pessoa vai lá com dengue no pronto-socorro no meio de muitos doentes e de repente pega uma outra doença, sendo que nem precisaria estar lá”, aponta o desenvolvedor.

Para ele, o objetivo é otimizar a jornada do cidadão. “Ao chegar dentro da unidade de saúde, vai haver também um software nosso lá dentro, integrado ao prontuário eletrônico, para que a gente consiga sugerir. Condutas também para a equipe assistencial baseado na classificação de risco do paciente, né, ou seja, aquele paciente que já está com um caso mais grave, a gente já vai avisar a equipe do pronto-socorro para que aquela equipe consiga se preparar para recebê-lo da melhor forma possível, já que é um caso mais grave”, destaca André.

“Logo quem tem acesso são as pessoas atendidas pelas instituições contratantes. Em breve lançaremos um piloto com o Governo de Goiás a partir do qual a população poderá usar para endereçar situações relativas à dengue”, comemora o executivo.

Benefícios tecnológicos 

As linhas de cuidado são um passo a passo que as equipes médicas e os próprios pacientes devem executar para o correto diagnóstico e tratamento de doenças ou estímulo de hábitos saudáveis. “As linhas de cuidado são complexas, mas a Mindify as simplifica mostrando tanto para as equipes médicas quanto para a população quais são as tarefas a serem executas, como e quanto devem ser executadas. Com tudo isso, a qualidade assistencial aumenta e os custos operacionais caem em até 80%”, detalha Ramos. 

André Ramos explica que a criação de inovações envolve grandes riscos técnicos e financeiros. “Sem fomentos como os disponibilizados pela Fapeg seria impossível atingirmos o nível de inovação que temos hoje. Quando um negócio inovador dá certo ele gera um incrível valor para a sociedade. No caso do nosso projeto é a chance de combater de forma efetiva um vírus mortal. Sem fomentos, 100% dos riscos ficariam conosco e simplesmente não teríamos capacidade de fazer o projeto”, comenta o empresário.

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