Crime em São Paulo acende alerta sobre uso excessivo celular

Especialista emite alerta e detalha o processo vicioso em crianças e adolescentes

Postado em: 23-05-2024 às 11h30
Por: João Victor Reynol de Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Crime em São Paulo acende alerta sobre uso excessivo celular
Jovem de 16 anos mata pais e irmã a tiros após retirada do celular | Foto: Reprodução/Facebook

No último domingo (19), a nação foi surpreendida, mais uma vez, por um crime brutal cometido entre parentes de primeiro grau na Zona Oeste, em São Paulo (SP). Segundo relatos divulgados pelas informações da Polícia Civil de São Paulo (PC-SP), Isac Santos, de 57 anos, Solange Aparecida, de 50 anos, e Letícia Santos, de 16 anos, foram mortos a disparos com uma arma de Isac, ex-Guarda Civil Municipal de Jundiaí. O suposto autor do crime foi o filho do casal, de apenas 16 anos, que confessou o crime para os policiais no mesmo dia.

De acordo com os relatos iniciais do jovem aos policiais pelo delegado encarregado do caso, Roberto Afonso, ao jornal G1 de São Paulo, o motivo por trás da chacina foi a retirada do telefone celular por um castigo imposto ao adolecente. “Ele falou que a família estava achando que ele era ‘vagabundo’ por estar o dia todo no celular. Ele generalizou a situação e ao longo da investigação teremos contato com ele pra pegar mais informações”, afirma o delegado. 

Com tudo isso, foi informado que o indivíduo será submetido por uma avaliação psicológica e será enviado para um Centro de Atendimento de Menores Infratores do Estado. A repercussão deste caso voltou a discutir como os jovens brasileiros se relacionam com aparelhos celulares e as redes sociais. Como diz o psicólogo e presidente do Conselho Regional de Psicologia de Goiás, Wadson Arante, ao jornal O HOJE, com casos como este é necessário uma reflexão em como as telas, e por consequência a internet, se relacionam com os jovens em desenvolvimento.

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Para ele, é necessário uma maior atenção e controle em como as crianças e adolescentes usam os aparelhos, como celulares e tablets. “As crianças por natureza são mais vulneráveis em desenvolver vícios por causa do cérebro, e a consciência delas ainda está em desenvolvimento”, e explica como os produtos e redes vendidas nas redes sociais são feitas para manipular e viciar. Como exemplo, cita os algoritmos e sistemas das redes sociais como o “Reels” do Instagram.

Uma das formas de controle que cita é o limite de tempo de tela e a atenção dos pais e responsáveis quanto ao comportamento da criança. Conforme diz, o jovem pode ficar com atitudes alteradas como o humor mais sério e irritado e acaba por escolher passar mais tempo no mundo virtual do que no mundo real. Contudo, fala também que é necessário uma atenção igual nas possíveis causas deste processo vicioso, de acordo com ele, grande parte dos vícios na infância são por causa da falta de algo dentro de caso. 

Segundo ele, este “algo” pode ser algum sentimento ou sensação que pode estar em falta dentro de casa, criando uma dependência em buscar ferramentas externas que geram o prazer em falta. Como exemplo, cita o distanciamento social e emotivo entre os responsáveis e os jovens e pelos próprios membros das famílias também estarem dentro de um processo vicioso nas telas do telefone celular. Para isso, cita que essa atenção familiar é algo ainda mais necessário diante do mundo digitalizado. 

Caso presencie um jovem dentro do processo vicioso, seja ele pelas telas do celular ou algum outro instrumento, fala como profissionais da saúde da psicologia podem ajudar os pais a lidarem com o jovem ou a criança. Em específico, comenta como psicólogos especializados com crianças e adolescentes podem dar suporte aos pais no tratamento do processo vicioso.

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