“Fiquei sem reação”: mais uma vítima denuncia personal trainer suspeito de abuso
Não é porque a gente estava de biquíni que pode ser violado nosso corpo sem autorização”, disse a jovem
Por: Rauena Zerra
![Imagem Ilustrando a Notícia: “Fiquei sem reação”: mais uma vítima denuncia personal trainer suspeito de abuso](https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/2024/05/montagens-5-.avif)
Uma jovem, de 23 anos, denunciou à Polícia Civil de Goiás que também foi vítima do personal trainer Bruno Fidelis, que é suspeito de importunação sexual contra uma aluna. A jovem afirmou que durante uma avaliação física, Bruno tirou uma parte do biquíni dela para examinar sua parte íntima. A denúncia da primeira vítima é semelhante ao relato.
“Na hora a gente fica sem reação. Eu coloquei as minhas mãos sobre os seios, tampei e perguntei se ele tava ficando louco […]. Não é porque a gente estava de biquíni que pode ser violado nosso corpo sem autorização”, disse a jovem em seu relato à TV Anhanguera.
Conforme o delegado Alex Miller, neste mês, uma vítima de 22 anos disse que ela estava de biquíni para medições e fotografias e que, quando o pessoal a média, ela teria acariciado os seios dela por debaixo do biquíni e tentado beijá-la.
A nova vítima já disse que o crime ocorreu com ela em 2023, mas tomou coragem para denunciar após o relato da vítima de 22 anos. Ela registrou um boletim de ocorrência, conforme confirmado pelo delegado Alex Miller.
Na última terça-feira (21), Bruno foi preso, mas a Justiça determinou sua soltura no mesmo dia. Conforme a PM, o fato ocorreu em Caldas Novas durante uma avaliação física nesta terça-feira (21).
Segunda vítima
Após tocar no corpo da mulher de 23 anos, que foi a segunda vítima do assédio, Bruno enviou um e-mail perguntando se ela havia contratado um novo trabalhador, conforme demonstra um print de uma conversa que ela enviou à TV Anhanguera.
A resposta da jovem foi que ela estava descontente com a atitude do funcionário durante a avaliação física e, portanto, decidiu parar de acompanhá-lo. Ele disse então que queria conversar com ela porque “é um cara legal”.
“Não houve nenhum mal-entendido, até porque eu nunca te dei brecha pra achar que tinha liberdade comigo, o que você fez, não sei se sabe, mas se chama assédio, o que eu quero é distância”, respondeu a jovem.
“Não concordo com suas palavras”, respondeu Bruno.
Primeira vítima
Segundo o delegado Alex Miller, a mulher revelou que o crime ocorreu durante uma avaliação física. Ela relatou que estava de biquíni para serem feitas medições e fotografias. Além disso, ela também disse que, quando o personal foi fazer uma medição, ele teria passado a acariciar os seios dela por debaixo do biquíni.
Ainda de acordo com as informações, a mulher já fazia acompanhamento com o personal há 40 dias. Em depoimento, o personal disse que não tirou proveito sexual da situação e que foi mal-entendido pela jovem.
Nos prints, é possível ver quando a jovem confronta o personal, dizendo que ele passou a mão nela, e ele pede desculpas dizendo achar que “estava sendo correspondido”.
Veja nota da defesa do personal
“Os advogados Lucas Morais Souza e Arlen S. Oliveira esclarecem que ainda estão tomando ciência das acusações arroladas nos autos de inquérito policial. Informam ainda que o personal exerce a profissão há mais de cinco anos, atendendo mais de 100 alunos neste período, pautando sempre pela ética, transparência e a busca do melhor resultado para os alunos.
Neste período, nunca obteve nenhuma reclamação de seus alunos, e, no curso das investigações demonstrará a improcedência das acusações. Nesse compasso, a defesa buscará no curso do processo demonstrar que o investigado agiu sempre pela boa-fé e ética, cumprindo com o exercício da função que lhe foi confiado por seus alunos.
Sobre as conversas trocadas no dia do suposto fato, percebe-se pelo próprio teor que em momento algum houve conotação de ameaça, coação ou constrangimento, mas simplesmente um ato de buscar esclarecer os fatos mal entendidos.
A relação entre aluna e personal era amistosa o que pode também ser percebido pelas mensagens enviadas e compartilhadas via redes sociais durante os treinos pela própria aluna.
Os advogados Lucas Morais Souza e Arlen S. Oliveira esclarecem que a Delegacia de Polícia Civil encaminhou ao judiciário as documentações e levantamentos apurados até o presente momento. Na ocasião, o juízo responsável pelo caso, ao analisar os documentos, deliberou da seguinte maneira: ‘O autuado constituiu defensor, apresentou comprovante de endereço, possui ocupação lícita, não possui condenações transitadas em julgado.
Desse modo, não há motivos que justifiquem o decreto preventivo, com base nos pressupostos autorizadores (art. 312 do CPP). In casu, qualquer afirmação no sentido de que existem motivos para manter a prisão do autuado não passará de presunção de periculosidade, o que viola o ordenamento constitucional, mormente o princípio da inocência, vez que o autuado ainda não foi submetido a julgamento.’
Por fim, informamos que as informações levantadas são embrionárias e que qualquer julgamento neste momento ofende o princípio da presunção de inocência. Os fatos devem ser apurados sob o crivo do contraditório e ampla defesa em juízo.”