Dengue deixa cidades em alerta

Sete cidades já declararam estado de emergência devido ao alto índice de infestação

Postado em: 08-12-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Dengue deixa cidades em alerta
Sete cidades já declararam estado de emergência devido ao alto índice de infestação

Gabriel Araújo*

Em 105 municípios goianos a dengue já é motivo para preocupação extra. Informações da Secretaria do Estado da Saúde de Goiás (SES) constatam que 98 cidades estão em estado de alerta, ou seja, contam com um índice de infestação de até 3,9% enquanto sete já declararam estado de emergência por terem índices igual ou maior que 4%.

Continua após a publicidade

Os casos de dengue aumentaram pouco mais de 28% este ano, em relação à todo o ano de 2017. De acordo com informações da SES, este ano já conta com mais de 53 mil casos confirmados e 93 notificados enquanto todo o ano passado teve apenas 41 mil casos confirmados. O Estado estava passando por um processo de queda no número de casos desde 2015, quando mais de 94 mil haviam sido registrados.

Dados oficiais disponibilizados pelo Estado confirmam que o número de óbitos também sofreu um aumento, passado de 53 durante todo o ano de 2017 para 60 até a última semana de outubro. A SES ainda estuda 15 mortes que são suspeitas e o local com o maior número de óbitos é a Capital, com 15 mortes confirmadas e Senador Canedo, com sete.

No Estado, quatro municípios contam com uma alta incidência da doença. Crixás, Bom Jardim de Goiás, Porteirão e Uirapuru, que juntos contam com 582 casos confirmados, o que equivale à uma incidência de 405 à 994 pessoas por 100 mil habitantes.

De acordo com dados divulgados pela Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), por meio do Levantamento de Índice Amostral (LIA) e do Levantamento de Índice Rápido para Aedes Aegypti (LIRAa), o índice de infestação predial no estado teve um aumento de 400%, passando de 0,22% para 1,10%. 

Para o coordenador geral do combate ao Aedes da SES-GO, Marcelo Rosa, os principais problemas foram a chegada do período chuvoso e a falta de consciência da população. “Quando comparamos os anos de 2017 e 2018 com 2015 e 2016 percebemos que houve incidências menores. Isso fez com que a população tivesse a sensação de segurança em relação ao vírus e isso acabou acomodando uma parcela da população, que deixou de tomar os devidos cuidados com o acúmulo de água”, afirma.

Ele ainda explica que ações estão sendo tomadas para evitar uma infestação no estado. “Nós estamos desenvolvendo um trabalho de conscientização da população para conseguirmos combater o vírus no estado. Estamos reforçando a força tarefa ‘Goiás Contra o Aedes’ que já fazemos e somos destaque. Nós fazemos a mobilização mensal de cobertura aos domicílios”, completa.

O Instituto Oswaldo Cruz informou que os principais criadouros do mosquito, segundo pesquisas, são os grandes reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis, são os criadouros que mais produzem Aedes Aegypti e, portanto, os mais perigosos. “Isso não significa que a população possa descuidar da atenção a pequenos reservatórios, como vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado e o poço de elevador. O Aedes Aegypti coloca seus ovos, preferencialmente, nas paredes de criadouros com água limpa e parada, bem próximo à superfície da água”, confirmou o instituto.

Tipos de dengue

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que cinco tipos de dengue existem no mundo. Apresentando sintomas praticamente idênticos, os principais tipos no Brasil são o Tipo 3 e Tipo 1, mas já foram notificados casos do Tipo 2 e Tipo 4. Cada tipo de dengue resulta numa imunização, ou seja, quando uma pessoa é contaminada por um tipo de vírus, ela fica imunizada apenas contra ele.

De acordo com o Instituto Oswaldo Cruz, o ciclo de transmissão da dengue se inicia quando o mosquito Aedes Aegypti pica uma pessoa infectada pela doença e é infectado. O vírus se multiplica no intestino do mosquito e infecta outros tecidos, chegando às glândulas salivares, o que o torna transmissor da doença. 

Assim que o mosquito pica uma pessoa, ele o infecta. O ciclo de transmissão dura toda a vida do mosquito e os primeiros sintomas na pessoa contaminada, como febre e dor de cabeça, surgem após um período de incubação, que pode variar de dois a 10 dias. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

Veja Também