Pesquisa indica que aumento do diálogo na educação melhora autoeficácia e bem-estar dos estudantes

Interação fortalece o vínculo e altera positivamente a maneira como os jovens veem a educação

Postado em: 25-05-2024 às 17h02
Por: Vitória Bronzati
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Professora conduz atividade com alunos da disciplina Projeto de Vida em unidade da rede estadual: apoio para o desenvolvimento de competências que vão além dos conhecimentos acadêmicos | Foto: Seduc

Uma pesquisa inédita realizada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), em parceria com o Instituto Ânima, revelou que a comunicação aberta de pais e professores com os alunos contribui com a saúde mental dos estudantes e, portanto, com a perspectiva de propósito na vida escolar. A interação fortalece o vínculo e altera positivamente a maneira como os jovens veem a educação. Mais de 72 mil alunos, o equivalente a 35% dos matriculados na disciplina Projeto de Vida, e cerca de 1.000 professores dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio das escolas estaduais participaram do levantamento.

A pesquisa “Harmonia transformadora: clima escolar, competências socioemocionais e o despertar do propósito dos estudantes” aponta, ainda, que uma estratégia para construção de projeto de vida precisa partir de um ambiente seguro, acolhedor e estimulante, com indivíduos psiquicamente fortalecidos. Os dados coletados em Goiás revelam uma correlação direta entre o clima escolar e os indicadores de propósito de vida nas unidades escolares. Estudantes que vivenciam bullying e dispõem de uma rede de apoio limitada enfrentam maiores desafios ao planejar seu futuro e ao desenvolver projetos de vida.

Em Goiás, 29% dos estudantes apontaram que o fato de ter dificuldade com os estudos afeta a sua saúde mental. Por outro lado, só 16% conhecem “totalmente” os recursos disponíveis para apoiá-los nesta área. Os dados mostram que, para que possam ajudar seus estudantes em questões emocionais e na tomada de decisão sobre seus projetos de vida, os professores precisam, primeiramente, dispor de recursos para lidar com os próprios desafios emocionais.

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Os docentes com quem os estudantes se sentem confortáveis para compartilhar suas preocupações emocionais demonstram níveis de autoeficácia, apoio social e bem-estar mental aproximadamente 10% superiores em comparação àqueles com quem os estudantes percebem que não podem se abrir. “A formação específica de professores para apoiar os estudantes a desenvolverem competências socioemocionais e, consequentemente, seu projeto de vida é uma das políticas educacionais para avanço no cenário atual. O fortalecimento do professor nesses domínios é condição necessária para a melhora do clima escolar”, ressalta Daniele Paz, Diretora Executiva do Instituto Ânima.

Planos para o futuro

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) determina que as redes de ensino devem apoiar os estudantes na construção de seus projetos de vida ao longo do ensino médio, enfatizando a importância de integrar o autoconhecimento e o planejamento futuro para promover a formação integral dos alunos. A secretária estadual de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, diz que a administração já atua para colaborar para que os estudantes desenvolvam cada vez mais autoconhecimento e outras competências. “São ferramentas imprescindíveis para que crianças e adolescentes se transformem em cidadãos plenos, independentemente da carreira que escolherem.”.

Para atender a esta demanda, o Instituto Ânima e a Seduc ofertam um programa de formação continuada para professores por meio de cursos de aperfeiçoamento e de cursos de especialização em educação contemporânea, com ênfase em competências que associam o desenvolvimento pedagógico e socioemocional dos professores cursistas de maneira a contribuir para o bem-estar e a saúde mental do coletivo escolar.

Desde 2023, o Instituto Ânima já disponibilizou 1.500 bolsas de estudo para docentes que atuam na rede pública estadual de Goiás para o curso de Educação Contemporânea com ênfase em Projeto de Vida e Tecnologias Digitais, além de especializações sobre Coordenação Pedagógica destinadas aos coordenadores. A formação tem carga horária de 380h, com aulas síncronas semanais, além de uma comunidade de aprendizagem dedicada, e atividades assíncronas específicas de cada temática cursadas ao longo um ano.

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