Câncer Cerebral: uma realidade rara, mas desafiadora

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), atualmente, o Brasil registra cerca de 11 mil novos casos de tumor cerebral todos os anos

Postado em: 27-05-2024 às 07h00
Por: Ronilma Pinheiro
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De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), atualmente, o Brasil registra cerca de 11 mil novos casos de tumor cerebral todos os anos. | Foto: Reprodução

O câncer cerebral é uma doença que desperta preocupação e interesse nos círculos médicos. Compreender suas nuances é crucial para melhorar diagnósticos, tratamentos e a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição desafiadora. Sem considerar os cânceres de pele, o tumor cerebral ocupa a décima posição entre os tipos mais comuns da doença no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ainda segundo o INCA, atualmente, o país registra cerca de 11 mil novos casos todos os anos.

Segundo o médico oncologista Rafael Pereira, da Oncoclínicas Goiás, especialista em câncer cerebral, o câncer cerebral pode ser classificado em dois tipos principais: tumores secundários ou metastáticos e tumores primários. Os tumores secundários se originam de outros cânceres em diferentes regiões do corpo e se espalham para o cérebro, enquanto os tumores primários têm origem no próprio tecido cerebral.

Um dos aspectos mais intrigantes do câncer cerebral é a sua diversidade de sintomas e manifestações. Desde dores de cabeça persistentes até convulsões, alterações sensoriais, dificuldades de coordenação e mudanças comportamentais, os sintomas podem variar significativamente de um paciente para outro, tornando o diagnóstico uma tarefa desafiadora.

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As causas exatas do câncer cerebral ainda não são completamente compreendidas. No entanto, segundo o oncologista, evidências sugerem que fatores genéticos, exposição à radiação ionizante, substâncias químicas e histórico familiar podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento dessa doença. “Identificar esses fatores de risco é essencial para implementar medidas preventivas e estratégias de detecção precoce”, destaca.

O diagnóstico de tumores cerebrais envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui avaliação clínica, exames de imagem avançados, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, e, em muitos casos, biópsia para análises moleculares e genéticas. Essa abordagem detalhada permite aos médicos determinar o tipo exato de tumor e elaborar um plano de tratamento personalizado.

No que diz respeito ao tratamento, a abordagem pode variar dependendo do tipo e estágio do tumor, bem como das características individuais do paciente. Enquanto os tumores cerebrais malignos primários apresentam taxas de sobrevida variáveis, que podem variar de meses a anos, os tumores benignos são considerados curáveis com a remoção completa através da cirurgia.

À medida que a pesquisa em neuro oncologia avança, novas terapias e abordagens estão sendo desenvolvidas, oferecendo esperança para pacientes e suas famílias. Terapias-alvo, imunoterapias e avanços na cirurgia minimamente invasiva estão transformando o panorama do tratamento do câncer cerebral, proporcionando melhores resultados e qualidade de vida.

Em suma, o câncer cerebral continua sendo um desafio para a comunidade médica e científica. No entanto, com uma compreensão aprofundada de suas causas, sintomas e opções de tratamento, estamos mais bem equipados do que nunca para enfrentar essa doença complexa e oferecer esperança aos pacientes que lutam contra ela.

De acordo com o oncologista, embora os dados específicos sobre incidência e prevalência possam variar, é amplamente reconhecido que o câncer cerebral é uma condição relativamente rara. No Brasil, estima-se que a taxa de incidência esteja entre 5 e 10 casos por 100 mil habitantes por ano.

Fatores de risco e tratamentos

Existem diversos grupos e fatores de risco associados ao desenvolvimento do câncer cerebral. Entre esses fatores, destaca-se a exposição à radiação ionizante, como dito anteriormente, sendo este um dos principais riscos identificados. Além disso, certos grupos demográficos apresentam maior suscetibilidade, como crianças e adultos mais velhos. Histórico familiar e condições genéticas também podem aumentar o risco em alguns casos.

Quanto aos tratamentos disponíveis para tumores cerebrais, uma abordagem comum é a cirurgia, que visa a ressecção ou remoção total do tumor, sempre que possível. O médico salienta que durante o procedimento cirúrgico, é crucial avaliar a possibilidade de sequelas na região do cérebro afetada, priorizando a preservação da função cerebral. Em casos onde há risco de sequelas, interromper a ressecção na região do tumor pode ser considerado, mesmo que uma pequena porção do tumor permaneça.

Além da cirurgia, a radioterapia é frequentemente utilizada, empregando radiação ionizante para destruir as células tumorais. Avanços tecnológicos recentes permitem uma precisão cada vez maior na administração da radiação, visando especificamente as células cancerígenas.

Outras modalidades de tratamento incluem a quimioterapia, que atua de forma sistêmica para combater as células cancerígenas, e as terapias-alvo, que visam bloquear vias metabólicas específicas identificadas através de análises genéticas e epigenéticas. A imunoterapia também se destaca como uma opção inovadora, estimulando o sistema imunológico a combater o câncer cerebral.

Além dos tratamentos direcionados à eliminação do tumor, existem também terapias sintomáticas disponíveis, que visam controlar sintomas como dor e convulsões, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

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