Crise financeira no Hugo pode deixar pacientes sem atendimento

Duas semanas após nova OS assumir o Hugo, taxa de ocupação não chega a 100%

Postado em: 11-12-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Crise financeira no Hugo pode deixar pacientes sem atendimento
Duas semanas após nova OS assumir o Hugo, taxa de ocupação não chega a 100%

A taxa de ocupação já superou a estipulada em contrato com a Secretaria Estadual da Saúde

Felipe André*

Após o Instituto Gerir pedir a rescisão de contrato com o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), a Organização Social Instituto Haver assumiu a gestão do Hugo duas semanas atrás em caráter emergencial e ainda não normalizou a situação do hospital. Contratos com fornecedores e prestadores de serviço estão sendo reavaliados para que possa ser decidido quem continuará na unidade de saúde, ainda não houve pedido de desligamento, porém é uma situação que pode mudar nos próximos dias.

Continua após a publicidade

As ações do Hugo ocorrem de maneira lenta, em termos de atendimentos, número de leitos, colaboradores e estrutura necessária para viabilizar seu funcionamento, precisando ser analisadas com o maior critério possível. A taxa de ocupação ainda não atingiu 100%, porém superou a taxa estipulada em contrato com a Secretaria Estadual da Saúde (SES/GO).

Ainda segundo o acordo com a pasta da Saúde, a SES/GO se comprometeu em repassar recursos para a gestão da unidade de maneira progressiva. Isso faz com que a Organização Social garanta o acesso da população goiana à assistência no hospital.

Dívidas

Responsável pela administração do Hugo desde 2012 e do Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), o Instituto Gerir fez uma denúncia revelando que chega ao fim do contrato com dívida de mais de R$ 50 milhões. A empresa exigiu dias antes de rescindir seu contrato com os hospitais, o pagamento de R$ 21 milhões do Estado de Goiás que a administração se recusa a pagar por “descumprimento de metas por parte da OS”.

A Organização revelou que corre perigo de ser indiciada por prática de crime fiscal. Isso se deve ao fato dos recursos que eram disponíveis só eram suficientes para o pagamento de impostos que seriam usados para esta finalidade. No mês de novembro, o repasse do Estado teria sido de apenas R$ 5 milhões, valor que não foram suficientes para pagar todas as despesas.

Greve

Toda essa situação culminou em uma greve temporária de alguns funcionários. Cerca de mil operários paralisaram seus atendimentos no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) por cerca de 5h30 nos turnos diurnos e noturnos após o atraso no salário entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, parte dos chamados quarteirizados, condutores, maqueiros, seguranças, operadores de elevador e funcionários da lavanderia.

Além do salário, denúncias informaram sobre o atraso na realização de procedimentos, como cirurgias e exames, por conta da falta de higienização, já que cerca de 70% dos funcionários da limpeza interromperam seus serviços por alguns dias. A paralisação foi aprovada após uma reunião no dia 22 do último mês pelos trabalhadores terceirizados. 

Além do salário a presidente do Sindicato dos Trabalhadores (as) do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde/GO), Flaviana Alves Barbosa ressaltou o problema não era apenas o salário e que envolvia assédio moral, falta de condições para trabalho e pedidos para melhorias. 

Hugo

Inaugurado em dezembro de 1991, o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) oferece atendimentos nas especialidades de Clínica Médica, Ortopedia, Neurologia, Terapia Intensiva, Cardiologia, Anestesiologia, Geriatria e Cirurgias Geral e do Trauma. Recebe pacientes encaminhados pela Central de Regulação do Município, Samu, Corpo de Bombeiros e outros serviços de atendimento pré-hospitalar, além da demanda espontânea. (Felipe André é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)

 

Veja Também