Denúncias contra religioso podem gerar problemas para Abadiânia

Felipe André*

As denúncias contra João Teixeira de Faria, 76 anos, ou também como é conhecido João de Deus, podem gerar um grave problema para a cidade de Abadiânia, cidade localizada à 90 km de Goiânia. De acordo com o prefeito, José Aparecido Diniz (PSD), aproximadamente 10 mil turistas se dirigem a cidade mensalmente. Deste número, cerca de 40% são estrangeiros que possuem um alto poder aquisitivo.

Segundo o município, a Casa Dom Inácio de Loyola gera, direta e indiretamente, 1,3 mil postos de trabalho. O turismo religioso se tornou uma grande parte de renda para o município e que divide a cidade geograficamente. De um lado da BR-060 se encontra o centro religioso, comércio de lojas de roupas brancas (recomendado a utilização desta cor na cidade), além de contar com um movimento de estrangeiros. Do outro lado ficam as casas dos moradores da cidade e a maior parte dos prédios públicos.

Apesar da perca de empregos que pode ocorrer com o impacto do caso, o prefeito José Aparecido afirmou que a maior parte da receita da cidade não vem do turismo, mas sim do Fundo de Participação dos Municípios. O levantamento do IBGE reforça que 72,4% das receitas de Abadiânia provém de verbas estaduais e federais. Em seguida, aparecem a agricultura e a pecuária. A cidade tem 83 pousadas cadastradas junto à Casa, porém a maioria delas é informal e não gera arrecadação ao município.

Últimas denúncias

Na última terça-feira (11), uma das vítimas prestou depoimento na Polícia Civil e foi ouvida pelo delegado Valdemir Pereira e por uma psicóloga da polícia. O depoimento começou antes das 9 horas e terminou por volta das 11h30. 

O advogado da vítima ressaltou que a mulher e a família decidiram não divulgar detalhes a respeito de seu depoimento e não se pronunciaram sobre o caso. Uma reunião da força-tarefa da PC estava agendada para a tarde desta terça (11), assim como foi esperado a presença de outras vitimas.

João de Deus, médium famoso internacionalmente através de seus tratamentos espirituais, se tornou alvo de 40 denúncias de mulheres que afirmam terem sido abusadas sexualmente por ele enquanto procuravam atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Os casos chegaram a conhecimento público após um programa de TV em rede nacional divulgar, na madrugada do último sábado (8), os relatos de algumas vítimas.

O advogado de João de Deus, Alberto Toron protocolou um documento na Justiça de Abadiânia (GO) e informou que o médium recebeu as acusações “com indignação”. Segundo Toron, João se encontra em São Paulo onde prepara sua defesa. Alberto encerrou informando que João não pretende prestar depoimento para seus seguidores a respeito das investigações. (Felipe André é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)