Justiça acata denúncia: fisiculturista se torna réu por feminicídio
Conforme a Polícia Civil, a vítima foi levada para o hospital desacordada pelo próprio agressor, que afirmou que se tratava de um acidente doméstico
Por: Rauena Zerra
O fisiculturista Igor Porto se tornou réu nesta quinta-feira (30), por assassinar a esposa, Marcela Luíse, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana. A vítima teve múltiplas fraturas pelo corpo e morreu por traumatismo craniano, após 10 dias internada.
O advogado de Igor afirmou que não foi surpresa a Justiça ter acatado a denúncia, mas acredita na instrução criminal. A defesa ainda contou que vai mostrar que os fatos não ocorreram como foram narrados pela acusação.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou a decisão, que foi acatada pela Justiça. Na alegação, Igor teria cometido o crime de forma cruel, impedindo que a vítima pudesse se defender. Ainda de acordo com a denúncia, o fisiculturista agrediu a companheira por ser do sexo feminino, o que constitui feminicídio.
A Defesa do suspeito terá dez dias para apresentar documentos e explicações. Por outro lado, Igor permanece em prisão desde o dia 17 de maio. O fisiculturista disse no hospital após o incidente que a esposa tinha caído. No entanto, Bruna Coelho, a delegada do caso, disse que a versão de Igor era diferente das lesões apresentadas pela vítima.
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Entenda o caso
Marcela Luise, de 31 anos, que foi espancada pelo fisiculturista, morreu na noite desta segunda-feira (20), em Aparecida de Goiânia, após passar 10 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A mulher estava inconsciente quando deu entrada no hospital, no último 10 de maio e chegou a ficar em coma durante o período em que esteve internada. Segundo a Polícia Civil, a mulher teve traumatismo craniano, oito costelas quebradas e escoriações pelo corpo. .
Conforme informações fornecidas pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Igor já possuía registros na Lei Maria da Penha por agressões cometidas tanto contra sua companheira atual quanto contra uma ex-namorada, o que resultou em um processo de investigação por lesão corporal.
O inquérito foi instruído por várias provas, testemunhas e imagens, incluindo o momento em que o agressor chega ao hospital para pedir socorro, de acordo com a PC. A mulher teria sido levada ao hospital com a alegação de ter sofrido um acidente doméstico. Ela é socorrida e retirada do veículo com muitas lesões e aparentemente desacordada, como mostra o vídeo. Os médicos descobriram que havia violência doméstica ao atendê-lo e acionaram a Deam.
A investigação policial revelou que o fisiculturista possui um histórico de violência doméstica. “Nós investigamos o passado dele e ele tem antecedentes de Maria da Penha contra uma ex-namorada e contra a atual. Teve um inquérito por lesão corporal por murros, socos e chutes”, afirmou a delegada Bruna Coelho, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).