Entenda a diferença entre medicamentos referência e genéricos

Com o aumento no consumo dos medicamentos genéricos, o valor chega a ficar até 35% abaixo do produto referência

Postado em: 01-06-2024 às 08h00
Por: Thais Cristina Teixeira
Imagem Ilustrando a Notícia: Entenda a diferença entre medicamentos referência e genéricos
Consumo dos medicamentos genéricos aumenta, antes de chegar nas prateleiras os medicamentos passam por testes rigorosos | Foto: Divulgação/Secom Goiás

Quando se trata de medicamentos genéricos, surgem muitas dúvidas como o motivo de serem mais baratos, se funcionam da mesma maneira, se possuem fórmula idêntica, entre outros questionamentos. Por isso, a coordenadora de farmácia do Hospital Estadual de Trindade – Walda Ferreira dos Santos (Hetrin), Jéssica Bessa, esclarece algumas diferenças entre os medicamentos de referência e genéricos.

A especialista explica que os genéricos são uma “cópia” do medicamento de referência, produzindo os mesmos efeitos. Eles são vendidos com o nome do princípio ativo e possuem uma tarja amarela com a letra G. Esses produtos têm a mesma dosagem, seguem a mesma posologia e possuem o mesmo princípio ativo dos medicamentos de referência.

Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares – PróGenéricos, os genéricos já respondem por 73,38% dos utilizados para hipertensão, 78,66% para colesterol, 71,85% para ansiedade e 64,66% para depressão. Ainda, representam 35,44% do total de medicamentos comercializados no país.

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Uma das vantagens dos genéricos é o preço, que é menor em cerca de 35% do que os medicamentos de marca. A coordenadora de farmácia do Hetrin explica por quesão mais baratos. “Eles são produzidos a partir de medicamentos existentes, não sendo necessário arcar com os custos de pesquisa e desenvolvimento”.

Genéricos no Brasil

No país, a lei que regulamenta a política de medicamentos genéricos completou 25 anos em fevereiro de 2024. Segundo dados de 2022 da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos – CMED, o país conta com 88 fabricantes de genéricos, responsáveis por mais de 2.553 registros de medicamentos, os quais englobam mais de 4.576 apresentações comerciais.

Os medicamentos genéricos possibilitam o acesso de mais pessoas a tratamentos essenciais. “Eles são uma alternativa viável, segura e mais barata, com a mesma eficácia do medicamento de marca”, afirma Jéssica Bessa. Ela ainda garante que “para chegar até a população, eles passam por rigorosos testes de controle de qualidade”. Em 2023, os genéricos totalizaram 1,98 bilhão de unidades, representando mais de 35% dos produtos vendidos no país.

A pesquisadora na área farmacêutica e professora na Universidade Federal de Goiás(UFG) Nathalie de Lourdes, explicou que para um medicamento ser considerado genérico, ele precisa ter o mesmo princípio ativo que o de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes, que são assegurados por meio de testes de equivalência terapêutica (equivalência farmacêutica e bioequivalência). Por isso, têm a mesma qualidade que o medicamento de referência e vão produzir no organismo os mesmos efeitos.

Em relação a composição, o princípio ativo é o mesmo, o que pode variar de um genérico para um produto de referência são os chamados excipientes – substâncias inertes, utilizadas na produção do medicamento. Reforçando, por serem substâncias inertes, não irão afetar o efeito, a eficácia, do medicamento.

A especialista Nathalie de Lourdes reforçou que todo medicamento deve ser utilizado com orientação de um profissional de saúde, pois possuem riscos inerentes. No caso do medicamento genérico, ele possui o mesmo efeito, assim como as mesmas contra indicações, interações medicamentosas, reações adversas que o de referência.

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