Goiânia mantém obras de Cmeis paralisadas após empréstimo milionário
Algumas destas construções estão há quase dez anos paralisadas e deixando centenas de crianças sem acesso à educação
Por: João Victor Reynol de Andrade
Quando a Prefeitura de Goiânia apresentou o Projeto de Lei 407/2023 de captação de verba de R$ 710 milhões do Banco do Brasil S/A à Câmara Municipal de Goiânia, o fez com um objetivo principal: o avanço do financiamento e destravamento de obras que estavam antes paralisadas por falta de verba. Como assim relatou o prefeito da Capital, Rogério Cruz (Solidariedade), na expedição do projeto no final de 2023: “Goiânia enfrenta uma contínua redução em sua capacidade financeira para investimentos essenciais à população”.
Contudo, seis meses depois da apresentação e dois meses depois da aprovação do empréstimo, Goiânia continua com nove estruturas de Centro Municipal Educação Infantil (Cmei’s) parados até a divulgação desta matéria. Além disso, apenas três construções das oito obras contempladas pelo empréstimo milionário estão com fases ativas na obras, os Cmei’s Santa Helena, Residencial Barravento e Residencial Mendanha que devem ser entregues ainda no primeiro semestre de 2024.
Enquanto isso, os Cmeis Setor Parque Atheneu II, Jardim Cerrado 7, Jardim São José, Aristoclides Teixeira e Jardim Mariliza continuam com as suas obras paralisadas. Com isso, vale lembrar que foram destinados cerca de R$ 20 milhões do empréstimo para a Secretaria Municipal de Educação (SME) e representa cerca de 2% do total. Grande parte do dinheiro captado será destinado à conclusão de obras da infraestrutura pública pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra).
Além destas obras paradas, mas contempladas, ainda há outras obras iniciadas mas que foram deixadas de fora do projeto por um motivo ou outro. Um exemplo disso é o Cmei Madre Germana 2, lançado pela gestão de Iris Rezende em 2020 mas que teve as obras abandonadas por quatro anos seguidos. Além disso, o local foi palco de um incêndio durante este domingo passado (2) que fragilizou ainda mais a estrutura abandonada. Como diz o líder da região Miguel Veloso ao jornal O HOJE, o sonho de muitos pais e mães virou cinza já que a região dos moradores ainda não tem alternativa para o ensino infantil.
Outra obra abandonada e não contemplada pelo empréstimo é a conclusão do Cmei Bairro Floresta na região noroeste de Goiânia há dez anos atrás, em 2014. Até a publicação da reportagem, o site oficial da prefeitura da Capital mostra que a obra de valor R$ 1,7 milhão segue com prazo de entrega previsto para o ano de 2020, há quatro anos atrás. Como diz o líder de bairro, Ailton Carvalho, os pedidos para o retorno da obra em reportagens e nas redes sociais foram em vão após nove longos anos de construção.
Além desta obra, a construção do Cmei Sollar Ville também acumula poeira e anos de abandono tanto quanto a obra do Cmei Bairro Floresta na mesma região. Iniciada também no ano de 2015, enfrentou o mesmo problema com licitações de construtora e segue sem data de conclusão. Vale lembrar que estas obras abandonadas de grande porte costumam ser locais de despejo irregular de resíduos por moradores. Isso pode gerar a proliferação de bichos peçonhentos como escorpiões e lacraias e animais vetores de doenças como ratos.
De acordo com a SME, em nota para o jornal O HOJE, as obras ainda não foram concluídas por falta de verba. “A SME ressalta que as outras nove obras continuam com suas frentes de serviços paralisadas até que se conclua as emissões das Notas de Empenho para o exercício de 2024 e as devidas certificações dos contratos pela Controladoria Geral do Município. Levando em consideração as limitações orçamentárias e as situações apresentadas, não há previsão de data para o início das obras”, afirmam.
