“Quero que a pena dele seja cumprida”, afirma Valério Filho sobre Maurício Sampaio

Ex-vice-presidente do Atlético Goianiense deveria ter se entregado às autoridades nesta segunda-feira (18)

Postado em: 19-06-2024 às 04h00
Por: João Victor Reynol de Andrade
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Jornalista esportivo da Rádio 820 AM foi executado na frente do jornal em 2012 | Foto: Divulgação

Uma história de justiça inacabada e há anos em desenvolvimento. O assassinato do radialista Valério Luiz em 2012 pelo então vice-presidente do Atlético goianiense, Mauricio Sampaio, deixou uma cicatriz na memória da família do locutor e no jornalismo goiano como um todo. Uma verdadeira amostra da importância da defesa da profissão e da liberdade de expressão. O que era para ter terminado numa segunda-feira (17) com a prisão do mandante, não aconteceu. 

De acordo com a defesa de Maurício Sampaio, o acusado estaria em uma viagem e voltará para a Capital nesta quinta-feira (20) e se entregará às autoridades para, enfim, cumprir a pena provisória. Contudo, até esta quarta-feira (19), Maurício Sampaio segue considerado como foragido pelas autoridades por não comparecer à delegacia. De acordo com a PCGO, estão em trabalhos de busca do condenado para ser feita a prisão dele.

Essa prolongação da história, como um filme que parece não acabar, por se assim dizer, é especialmente dura para o filho do radialista, o advogado tributário Valério Luiz Filho. Isso porque espera que a justiça plena seja feita desde a tarde daquela quarta-feira quando viu seu pai ensanguentado ao lado do carro na porta do Jornal. “O caso em si foi resolvido em 2013, mas desde então esperamos que a pena dele seja comprida”.

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Contudo, esse novo desenvolvimento na história não é uma surpresa para Valério Filho já que desde a condenação de Maurício ele exauriu quase todos os recursos jurídicos para escapar da pena. Como exemplo, foi citado o pedido de Habeas Corpus em 2022 pela justiça mas posteriormente cassado. Com isso, resta apenas a prisão definitiva do homem. “Desde 2013, grande parte do processo foi a defesa dele tentando algo para não ser preso. Contratou um dos melhores escritórios de advocacia mas não conseguiu fugir da justiça”

Apesar disso, não sabe dizer se a intenção dele é voltar dessa suposta viagem para se entregar nem onde poderia estar uma vez que ajudou a localizá-lo com as autoridades. Caso tenha fugido para fora do país acredita que seja necessário o acionamento da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) para trazê-lo de volta a Goiânia. “Já pensei muito sobre isso porque com esse homem todo cenário é possível, mas imagino que ele queira tentar ganhar tempo com essa fuga para tentar alguma manobra jurídica, mas agora com prisão definitiva não resta nada. Talvez tente mais algum recurso jurídico depois que for preso”, afirma.

Segundo o advogado de defesa de Maurício, Ricardo Naves, diz ter enviado um requerimento à Justiça informando que o cliente está viajando e retorna dia 20 de junho, quando irá se entregar. “Com essa manifestação, fica oficialmente declarado que ele não pretende se evadir (fugir), não podendo ser considerado foragido”, disse o advogado.

Além disso, diz que podem entrar com recurso, pois alegam que Maurício foi julgado sem o trânsito correto para a execução da pena. “Tudo o que for determinado haverá de ser cumprido, até que haja uma contraordem reparando aquilo que considera um erro, isto é, a execução de pena sem o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, disse o advogado Ricardo Naves. 

Por fim, em nota divulgada aos veículos de imprensa a defesa fala que a PCGO emitiu o cartaz de foragido para sensacionalizar um caso antigo. “Essa declaração da Polícia Civil, tem o propósito de criar factoides e tornar ainda mais aflitiva a vida da família. A troco de que iríamos declarar, tanto nos autos quanto publicamente, o propósito de se entregar se não fosse essa intenção”, afirmam.

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