Saiba como manter seu sistema imunológico forte durante o clima seco

Durante períodos de tempo seco, aumenta significativamente a incidência de doenças respiratórias, como resfriados, gripes, bronquites e crises de asma

Postado em: 20-06-2024 às 03h00
Por: Ronilma Pinheiro
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A umidade do ar ideal para a saúde humana deve estar entre 50% e 80% e, abaixo disso, requer atenção redobrada | Foto: Reprodução

Com a chegada do outono e do inverno, o clima seco torna-se um desafio adicional para a saúde respiratória da população. A imunologista Milena Andrade, especialista no tema, detalhou os efeitos negativos que a baixa umidade do ar pode ter sobre o sistema imunológico e as medidas preventivas que podem ser adotadas para mitigar esses impactos.

Segundo Milena Andrade, a umidade do ar ideal para a saúde humana deve estar entre 50% e 80%. Nos meses de outono e inverno, as chuvas são menos frequentes, o que contribui para a diminuição dessa umidade. Como resultado, as mucosas das vias respiratórias tendem a ressecar, tornando-se mais vulneráveis à entrada de agentes infecciosos e alérgenos.

Durante períodos de tempo seco, aumenta significativamente a incidência de doenças respiratórias, como resfriados, gripes, bronquites e crises de asma. Crianças e adultos com predisposição a alergias também sofrem com o agravamento dos sintomas, como rinite e conjuntivite alérgica. A circulação de vírus respiratórios dobra, exacerbando essas condições e levando muitas vezes ao aumento das internações hospitalares.

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Os sintomas que indicam a influência do tempo seco incluem tosse seca persistente, dificuldade respiratória, nariz entupido, coceira nos olhos e irritação na garganta. Esses sinais são resultado direto do ressecamento das vias aéreas, que facilita a proliferação de patógenos – vírus, bactérias e parasitas que causam doenças que podem se espalhar -, e agrava quadros alérgicos preexistentes.

Crianças pequenas, idosos e indivíduos com doenças crônicas respiratórias, como asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), são os mais afetados pelo tempo seco. A imunologista ressalta que esses grupos têm um sistema imunológico mais fragilizado, o que os torna mais propensos a complicações graves de saúde durante essas épocas.

Para minimizar os impactos do tempo seco, Andrade recomenda uma série de cuidados e medidas preventivas. É essencial aumentar a ingestão de líquidos, especialmente água, para manter a hidratação das mucosas e evitar o ressecamento das vias aéreas.

Os umidificadores podem ser úteis para aumentar a umidade relativa do ar em ambientes fechados. No entanto, é importante utilizá-los com moderação para não criar um ambiente excessivamente úmido, que favoreça a proliferação de ácaros e fungos.

Além disso, a alimentação também é um fator importante. Uma dieta rica em frutas, verduras e legumes fortalece o sistema imunológico e contribui para a saúde das vias respiratórias. Dormir bem e praticar atividades físicas regularmente também são hábitos fundamentais para manter a imunidade alta e reduzir o estresse, que pode comprometer ainda mais as defesas do organismo.

Milena Andrade alerta que não há medicações específicas para combater diretamente os efeitos do tempo seco no sistema imunológico. No entanto, ela enfatiza a importância da adesão rigorosa aos tratamentos prescritos para aqueles que necessitam de medicamentos contínuos, como broncodilatadores e corticosteroides para controle de doenças respiratórias crônicas.

É recomendável que pacientes com doenças respiratórias crônicas façam consultas preventivas com especialistas antes da chegada das estações mais secas do ano. Isso permite ajustes nos tratamentos e medidas preventivas adicionais para evitar exacerbações das condições de saúde.

A especialista reitera que, em resumo, durante os períodos de tempo seco, é crucial adotar medidas preventivas para proteger a saúde respiratória. Com cuidados adequados, é possível minimizar os riscos de complicações e aproveitar melhor as estações mais secas do ano.

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