Nem todos os médicos se apresentaram

Situação pode piorar caso haja novas desistências dos profissionais

Postado em: 12-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Situação pode piorar caso haja novas desistências dos profissionais

Isabela Martins*

A próxima etapa para o preenchimento das vagas não ocupadas por profissionais do Programa Mais Médicos será realizada nos dias 23 e 24 de janeiro. O Ministério da Saúde não informa quantas vagas estão abertas em Goiás. Isso porque no Estado todas as vagas foram preenchidas apenas no primeiro cadastro, mas há uma deficiência na apresentação dos médicos nos municípios.

Serão oferecidas 1.462 vagas em todo o Brasil que devem ser preenchidas por profissionais que se formaram no exterior sem o diploma revalidado. Esse número pode aumentar caso haja novas desistências dos profissionais. Foram mais de 10 mil médicos brasileiros formados no exterior que se escreveram no programa. 

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Se não houver adesão total dessas vagas ociosas, elas serão oferecidas para profissionais estrangeiros que se formaram fora do país nos dias 30 e 31 de janeiro. O edital que está aberto desde o final do ano passado se refere às vagas deixadas pelos médicos cubanos.

Em dezembro na primeira etapa de apresentação dos médicos, 842 vagas deixaram de ser preenchidas. Agora elas se juntam as 620 vagas que deixaram de ser ocupadas na segunda etapa. 

Em entrevista para uma rádio da Capital, o diretor do Conselho Nacional de Secretárias Municipais de Saúde, Hisham Hamida, comentou que muitos médicos vivem a incerteza de não saber se continuam no programa. “Uma coisa que nos preocupa é de alguns profissionais que se apresentam e estão aguardando a residência não terem a garantia de que vão permanecer no programa. Em Goianésia, por exemplo, apenas dois dos três cadastrados se apresentaram, o terceiro está nessa condição de aguardar”, comentou Hisham que também é secretário de Saúde daquele município.

Outra preocupação do secretário é a migração de médicos. Muitos profissionais que já atendiam na atenção básica em determinados municípios estão deixando os locais para se escreverem no programa. “Estamos repondo médicos cubanos que estavam no programa, mais também estamos perdendo médicos brasileiros que já estavam trabalhando com a gente que estão se inscrevendo no programa e indo para outro município”.

Programa

O programa foi criado em 2013 para ampliar o atendimento médico principalmente em regiões carentes. De acordo com dados de 2016 do Ministério da Saúde, o programa é responsável por 48% dos atendimentos das equipes de Atenção Básica em municípios com até 10 mil habitantes.

Ainda segundo o Ministério, a participação de médicos brasileiros formados no país aumentou 38% entre 2016 e 2017 e atende cerca de 63 milhões de brasileiros. O programa tem vagas em mais de 4 mil municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).

Em novembro os médicos cubanos que atendiam no país desde o início de 2013 se desligaram do programa. Com a saída dos profissionais foram abertas mais de 8 mil vagas em todo país. (Isabela Martins é estagiaria do jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian) 

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