Empresários goianos despontam e destacam no mercado

Marcas goianas fazem sucesso e se tornam franquias que crescem cada dia mais com pretensão de alcançar o mercado nacional

Postado em: 14-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Marcas goianas fazem sucesso e se tornam franquias que crescem cada dia mais com pretensão de alcançar o mercado nacional

Thiago Costa 

Até o mês de outubro do ano passado foram criados 17.760 novos negócios em Goiás, de acordo com a Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg). Esse número, contabilizado dois meses antes de fechar o ano já registrava, de acordo com o presidente do órgão, Leonardo Fortini, que as estatísticas atingissem marca superior ao ano de 2017 em Goiás. 

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À época, o órgão anunciou que mais mulheres aderiram a abertura de empresas no Estado, elevando de 30% para 40%. Pelos dados levantados em outubro, a cada 10 empresas quatro tinham sob seu comando mulheres. Com a abertura de tantas empresas, eleva-se também em consideração a criação de franquias por essas empresas que se destacam no mercado. 

Com marcas 100% goianas, empresários locais se destacam no mercado e mostram como saíram do zero e hoje administram futuros impérios. Rose Lourenço é um exemplo claro desse perfil de empreendedor que começou do nada e já projeta um negócio grande e promissor. Ela criou uma empresa especializada em designer de sobrancelhas. 

Após trabalhar de call center e atendente de loja de departamento, Rose conseguiu a gerencia de uma agência bancária da Capital. Indicada para a entrevista com outras 99 pessoas para o cargo de gerencia comercial de uma multinacional famosa de cosméticos consagrada no Brasil, Rose, que cuidava de 30 cidades e com o sentimento de posse da empresa, por trabalhar e empenhar totalmente ao trabalho, teve a ideia de montar o próprio negócio voltado para o público feminino. Surgiu a Alem do olhar. 

Segundo a franqueadora, a empresa foi criada pela sua própria necessidade. Pensou em um comércio que nunca deixaria de frequentar, então ela que já havia passado por vários empregos, sendo a última com um alto salário, deu vida à marca. “Me incomodava muito aquelas micro pigmentações mal feitas. Eu falava para dentro do meu coração ‘preciso de um lugar especializado em micro pigmentação’, porque as sobrancelhas feias me incomodavam bastante”, justifica.

Como a empresária nunca havia trabalhado no ramo, a maior dificuldade foi captar mão de obra especializada. Ela conta que teve que contratar pessoas e pagar cursos profissionalizantes para poder iniciar o trabalho. Outra dificuldade destacada pela franqueadora é que existiam os desafios da primeira empresa e como prepará-la. “Fiz planos de negócio, projeto arquitetônico, coquetel de inauguração, tudo para já consolidar a minha marca no mercado. Como não dominava as técnicas, fiquei muito refém de outras pessoas, mas, mesmo assim eu fui às ruas panfletar e desde o início a marca superou minhas expectativas”, destacou Rose. 

Ela conta que no início de tudo tinha uma forte concorrente, mas que o seu principal foco seria que o diferencial da marca fosse dominar técnicas que proporcionassem a maior naturalidade possível para que a marca chegasse onde hoje se encontra. Outro diferencial da marca, segundo a franqueadora, é o excelente atendimento às clientes que chegam à empresa. Rose conta que uma exigência para as lojas são de que sempre haja uma mesa posta e com o tradicional chá quente de abacaxi, que, como contou Rose é a marca registrada e reconhecida da franquia em relação ao bom atendimento. 

Alimentação 

Outra franquia que nasceu em Goiás é a marca QJ Jeitinho Caseiro. Guilherme Carvalho é presidente do grupo e filho dos fundadores. Ele que começou vendendo pasteis conta que os pais abriram a marca em 1981. Segundo Guilherme, foi no ano 2000 que os empresários acrescentaram o mix grelhado, que são os pratos de refeições e os sanduíches ao cardápio. Foi então que o negócio da família ganhou uma proporção maior e a rotina de uma empresa que vendia apenas pasteis foi totalmente alterada e o faturamento dos negócios que abria as portas para os clientes às 16 horas começou crescer com a venda do almoço e a alteração do horário de funcionamento. 

O presidente do grupo explica que, com a mudança de cardápio foi necessário reformar toda a estrutura da marca para adequar as unidades que antes só produziam pasteis tivessem a capacidade de produzir também as refeições e sanduíches. Após a reforma, a marca ganhou um peso a mais em Goiânia e começaram os pedidos para que os empresários tornassem o comércio em uma franquia. Por quatro anos a família buscou uma boa estrutura com um consultor do ramo e em 2010 franquia se expandiu. 

“Uma coisa é vender para um consumidor que espera um pastel, um sanduíche ou prato de comida, outra coisa é você atender outro tipo consumidor, o franqueado. Esse segundo consumidor deposita o dinheiro da vida dele na franquia. É preciso uma equipe totalmente capacitada para atender esse tipo de público, por isso digo que o que mudamos foi a nossa visão”, acrescenta Guilherme. 

Ele espera que nos próximos cinco anos a franquia alcance o número de 150 unidades espalhadas pelo Brasil. “Tenho um sonho grande. Assim como meus pais geraram a empresa e fizeram com que ela tivesse a estrutura que tem hoje para a segunda geração, meu sonho é deixar um legado de uma empresa com patamar de faturamento de R$ 1 bilhão”, enfatiza o presidente do grupo. 

Enxergar as necessidades da sociedade pode gerar uma grande empresa 

Valterson Castro é consultor de franquias e explica que o empreendedor que pretende transformar sua marca em um grande negócio sempre tem dúvidas sobre o que se deve fazer. Para ele, o primeiro passo é fazer uma reestruturação interna, viabilizar os negócios e registrar a marca. 

De acordo com o consultor, o empresário tem muitas dúvidas sobre os porquês vai passar de um comerciante para um empresário e é nesse momento que a consultoria ajuda muito essas pessoas a entenderem o foco de uma grande empresa. 

De acordo com o consultor, quando um empreendedor vai começar um novo negócio, que é transformar a marca em franquia, vai existir o desafio de consolidar a marca no mercado, porque os candidatos a franqueados preferem as marcas que já são consolidadas, que já tenham estabilidade. 

Segundo Valterson, deve existir uma relação entre o consumidor e marca, o que gera no cliente um sentimento de confiança, pois ele tem total ciência do que gosta em determinada marca. 

Seguindo esses preceitos, Gustavo Souza administra uma marca de biscoitos congelados, uma empresa 100% goiana que ganhou a atenção de uma clientela exigente e preocupada com produtos colocados à mesa para a alimentação da família. 

Ele conta que o início da vida empresarial foi muito simples. Segundo Gustavo, a história da marca iniciou após uma conversa logo em seguida ao almoço que foi preparado pela sogra, em sua própria casa, quando Gustavo tinha 27 anos. Ele ofereceu à mãe de sua esposa abrir um comércio no ramo da alimentação, por reconhecer o talento da sogra no preparo e no zelo com os alimentos.

Os Congelados da Mamãe atualmente é uma franquia com seis lojas e uma fábrica própria. Antes, todos os produtos eram terceirizados. São quatro unidades da franquia em Goiânia, uma em Senador Canedo e outra em Goianésia. O empresário pretende, após estruturar melhor a idéia, abrir o comércio para varejo e distribuir os congelados para grandes e pequenos mercados da Capital, bem como para cidades do interior do Estado. 

A primeira ação da marca foi a criação de uma logo simples para empresa, com características femininas para representar a figura característica de uma mãe. No início, a empresa começou com pão de queijo, salgados fritos e atualmente a franquia conta com mais de cinquenta itens. No início as entregas eram feitas próprio carro do franqueador e os produtos eram embalados em sacos transparentes e simples, porque a marca de congelados ainda não tinha a embalagem personalizada, o que hoje é um dos pontos fortes da marca.

“Quando abrimos a primeira loja, começamos os trabalhos sem muitas pretensões. Como a loja ficou muito bonita e feminina, os clientes perguntavam se éramos uma franquia, foi então que começamos a nos interessar pelo assunto e vimos que ser uma franquia poderia se tornar uma realidade para a nossa marca de congelados”, contou Gustavo.  

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