Aberta temporada de caça aos focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya

Goiás fecha 2018 com um aumento de 45% no número de casos confirmados de dengue, em comparação com o ano anterior

Postado em: 14-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Goiás fecha 2018 com um aumento de 45% no número de casos confirmados de dengue, em comparação com o ano anterior

Goiás fechou 2018 com um aumento de 45% no número de casos confirmados de dengue, saltando de 43,4 mil registros em 2017, para 63,2 mil no ano que terminou. Houve também crescimento de quase 32% na quantidade de notificações da doença, o que inclui os casos não confirmados, sendo mais de 104 mil em 2018, contra cerca de 79 mil em 2017. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Embora os dados nacionais fornecidos pelo Ministério da Saúde ainda não estejam fechados, até a semana epidemiológica 49, o equivalente aos primeiros dias do mês de dezembro, Goiás liderava o índice de incidência de dengue no País, com 1.175 registros para cada 100 mil habitantes. A média nacional, na mesma época, estava em 118,7 casos a cada 100 mil habitantes.

Os números reforçam ainda mais a necessidade do contínuo combate aos focos do mosquito transmissor do vírus, o Aedes aegypti. O clima quente e úmido desta época de verão é outro alerta, já que traz a configuração ideal para proliferação do Aedes aegypti, transmissor da dengue e de outras três doenças: chikungunya, zika vírus e febre amarela. 

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Por isso, desde o mês de dezembro, está aberta a temporada de caça aos focos do mosquito nos canteiros de obras. Para a prevenção dos focos da dengue em uma obra, que fica próximo ao Parque Vaca Brava, em Goiânia, foi contratada uma empresa que, regularmente, tem borrifado veneno contra o Aedes Aegypti. “O trabalho que eles desenvolveram aqui é semelhante ao que o carro fumacê faz nas ruas”, explica o técnico de segurança do trabalho Ronaldo Rodrigues da Silva. Mas ele, porém, é enfático ao afirmar que a principal ação de combate ao mosquito é a prevenção.

“Colocamos cloro em locais onde a água fica empossada como lonas e semanalmente passamos orientações para que os operários nos ajudem a combater o mosquito, não deixando, por exemplo, copos descartáveis e sacos plásticos espalhados pela obra”, explica o técnico de segurança do trabalho, ao acrescentar que a empresa entende que o trabalho de combate deve ser abraçado por toda a equipe. “O deslize de um pode comprometer a saúde de outro colega”, alerta. 

Outras empresas

Para reduzir ao máximo o risco de proliferação, a uma empresa de engenharia realiza nas duas obras que mantém em Goiânia, programas contínuos de conscientização e combate aos criadouros do mosquito transmissor da dengue. Cinthia Martins, gestora ambiental da empresa, lembra que o ambiente de obra pode ser muito propício aos criadouros, por isso, o trabalho de combate deve ocorrer o ano todo. 

“Para minimizar os riscos, semanalmente realizamos uma ação de limpeza nas obras, onde são recolhidos objetivos e borrifados produtos que combatem o mosquito, para eliminar possíveis focos”, informa. Ela destaca que nas obras há uma atenção redobrada com as lajes, onde a água se acumula facilmente. 

Dengueiro

Na Toctao Engenharia , esse trabalho de conscientização é levado a sério, segundo Cinthia. Além da cobrança pelo engajamento de todos os colaboradores, em cada obra existe, desde 2010, um dengueiro, treinado pelo Serviço Social da Indústria no Estado de Goiás (Sesi), que é responsável pela fiscalização do canteiro e aplicação das medidas de combate a proliferação do mosquito. “Eles são um suporte. Aqui trabalhamos que todos são responsáveis”, destaca a gestora ambiental.  

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