Goiânia é a cidade que mais registrou casos de estupros em Goiás no ano de 2018

Quase 2 mil casos de estupro de vulnerável foram registrados no Estado, no ano passado

Postado em: 14-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Goiânia é a cidade que mais registrou casos de estupros em Goiás no ano de 2018
Quase 2 mil casos de estupro de vulnerável foram registrados no Estado, no ano passado

Isabela Martins*

Em 2018, o Estado registrou 1.934 casos de estupro de vulnerável, um número que é 2,44% maior que o ano anterior. Os quase dois mil casos registrados representam cinco ocorrências por dia. Esse número de abusos também é três vezes maior do que contra adultos, que registrou 646 ocorrências no ano. Os dados são da Secretária de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSP-GO). 

O estupro de vulnerável ocorre com crianças menores de 14 anos, pessoas com algum tipo de deficiência mental, enfermidade, ou que devido aos efeitos do álcool ou substâncias entorpecentes não tem discernimento para praticar o ato. 

Continua após a publicidade

Para um portal de notícias da Capital, a titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Paula Meotti, disse que a maioria dos casos registrados em Goiânia foram com meninas menores de 14 anos. “Pudemos verificar que geralmente esses estupros são realizados por parentes das vítimas, pessoas conhecidas que de alguma forma sejam próximas à família da vítima”, conta.

A delegada conta que os inquéritos registrados mostram que os crimes ocorrem em ambiente familiar, onde o agressor aproveita da confiança do menor e do momento a sós com a vítima para cometer o abuso. “Durante o inquérito, a vítima é encaminhada para a rede de proteção que dará o devido suporte a ela. Quando a Justiça permite, um profissional da psicologia realiza uma sessão com a vítima para que a gente acrescente isso ao inquérito”.

Goiânia

No Estado, Goiânia é a cidade que mais registrou casos, com 29,8% das ocorrências, um total de 251 vitimas, um aumento de 9,61% em relação ao ano anterior que registrou 229 vitimas. Em seguida, aparecem às cidades de Anápolis com 97 vitimas, Luziânia que registrou 87 casos e Aparecida de Goiânia, com 78 vitimas.

Casos em que as mulheres possuam algum tipo de deficiência mental são encaminhadas para o Hospital Materno Infantil e a Maternidade Dona Iris, como explicou para o portal de noticias a delegada adjunta da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (Deam), Aline Leal.  “As unidades de saúde oferecem atendimento às vitimas de abuso sexual e geralmente disponibilizam medicamento para essas mulheres. Elas recebem medicação para o tratamento de DSTs, e também assistência psicológica”, informou a delegada.

De olho nos sinais 

Para a delegada Paula Menotti, é importante que os pais estejam atentos a mudanças no comportamento do filho para identificar o quanto antes os abusos e assim fazer a denúncia. “É fundamental a atenção dos pais em relação aos filhos. Observem o comportamento de seus filhos. Ao notar sinal de mudança fale com ele. Tente entender o que está acontecendo. Ter um diálogo aberto com os filhos é o melhor caminho para constatar logo o crime”, alerta.

A delegada alerta que o quanto antes o suspeito for denunciado, mas rápido ele pode ser punido. “Devemos lutar para que os autores sejam punidos. Apenas responsabilizando o autor pelos crimes é que podemos mudar a triste realidade que acontece em que centenas de crianças são violentadas todos os anos”.

Último caso

No dia 4 de janeiro um homem foi preso em Caiapônia, a 335 quilômetros de Goiânia, suspeito de abusar sexualmente de três crianças. Ele é líder de uma seita religiosa e abusava das crianças durante os rituais. A avó das meninas também foi presa.

As vitimas tem entre 7 e 13 anos e eram levadas pela avó para serem violentadas com a promessa de enriquecimento. Os abusos aconteciam em um acampamento na zona rural da cidade. Nas barracas foram encontrados diversos símbolos religiosos e roupas que seriam usadas nos rituais. 

O caso foi descoberto após a mãe desconfiar da mudança de comportamento das filhas e da insistência da avó em ficar em casa com elas. O líder de 42 anos disse que não era ele quem cometia os abusos e sim a entidade que incorporava. De acordo com as investigações os crimes aconteciam a cinco meses. Os dois vão responder por estupro de vulnerável. (Isabela Martins é estagiária do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Cristhian) 

Veja Também