Cremego faz plenária sobre desafios e segurança em cirurgia plástica
Debate também abordou violações das normas de publicidade médica, que frequentemente promovem expectativas irreais nos pacientes
Por: Ronilma Pinheiro
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) sediou uma plenária temática crucial para a comunidade médica goiana, na última segunda-feira (24). O encontro reuniu profissionais da saúde, incluindo cirurgiões plásticos, anestesiologistas e o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou.
Na ocasião, o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO), Fabiano Calixto Fortes de Arruda, apresentou os desafios prementes enfrentados pelos médicos e que afetam diretamente a segurança dos procedimentos. Em destaque, a ausência frequente de consulta pré-anestésica em muitos hospitais foi apontada como uma das principais lacunas, juntamente com a falta de orientações detalhadas sobre anestesia, realização de exames complementares e avaliação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
“A anestesia possui seus riscos e é crucial que o paciente esteja informado sobre isso. Muitas vezes, a consulta pré-operatória ocorre minutos antes da cirurgia, sem uma avaliação adequada”, alerta Fabiano Calixto.
A invasão de não médicos na prática da cirurgia plástica também foi destacada como um fator preocupante, resultando em complicações severas e sequelas que frequentemente sobrecarregam os consultórios médicos.
Diante desses desafios, a SBCP-GO propôs ao Cremego a criação de uma Comissão de Segurança, com a finalidade de colaborar com o Instituto de Medicina Legal (IML) para acessar prontuários e dados relevantes. “Com a avaliação do IML, será possível estabelecer diretrizes mais claras e rigorosas de segurança para os cirurgiões plásticos”, afirma Fabiano Calixto.
O debate também abordou violações das normas de publicidade médica, que frequentemente promovem expectativas irreais nos pacientes. O cirurgião plástico e conselheiro Paulo Gonçalves Júnior destacou que tais práticas podem impactar negativamente a reputação da especialidade, especialmente em casos de complicações.
