Battisti ficará sozinho em cela de alta segurança por seis meses

Italiano terá regime de isolamento por pelo menos seis meses. Capturado, Cesare Battisti foi levado à Itália nesta segunda-feira

Postado em: 15-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Italiano terá regime de isolamento por pelo menos seis meses. Capturado, Cesare Battisti foi levado à Itália nesta segunda-feira

O italiano Cesare Battisti, 64 anos, vai cumprir pena na prisão de Rebibbia, em Roma, numa cela sozinho, em área de alta segurança reservada a terroristas e em regime de isolamento por um período de seis meses.

Battisti chegou ontem (14) ao Aeroporto de Roma Ciampino, na capital italiana. Vestindo calça jeans e uma jaqueta marrom, ele desceu do avião sem algemas e foi recebido por agentes do grupo operacional móvel da polícia penitenciária.

O italiano foi capturado no último sábado (12) nas ruas de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, por agentes bolivianos em parceria com italianos. Segundo um vídeo feito no momento da prisão, ele usava barba, óculos de sol, jeans e camiseta azul. Não mostrou resistência, não apresentou documentos e respondeu a algumas perguntas em português.

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Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente. Para as autoridades brasileiras, é considerado terrorista.

No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo Supremo Tribunal Federal. Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte.

Agradecimento

O presidente Jair Bolsonaro recebeu um telefonema na manhã de hoje (14) do ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, para agradecer o empenho do Brasil em solucionar o caso do terrorista italiano Cesare Battisti.

De acordo com nota do Palácio do Planalto, Salvini disse que o presidente brasileiro tem excelente imagem junto ao povo italiano e que sem a intervenção de Bolsonaro a extradição não teria se concretizado.

“Para o presidente Bolsonaro, a conclusão do caso Battisti é um grande sinal que o Brasil dá de que não aceitará mais criminoso travestido de perseguido político, assim como simboliza o fim da impunidade nacional e internacional”, diz a nota.

Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo. O italiano se diz inocente e que foi vítima de perseguição política. Para as autoridades brasileiras e italianas, ele é considerado terrorista.

No sábado (12), Battisti foi preso em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, de onde foi levado direto para Roma, na Itália. O italiano será colocado na ala de segurança máxima da prisão de Rebibbia, na capital italiana, para cumprir pena de prisão perpétua.

O italiano passou 30 anos como fugitivo entre o México e a França e, em 2004, chegou ao Brasil, onde foi preso três anos depois. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição em uma decisão não vinculativa, que deixava a palavra final ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No último dia de seu segundo mandato, em 2010, Lula negou a extradição.

Em setembro de 2017, o governo italiano pediu ao ex-presidente Michel Temer a revisão da decisão sobre Battisti. No dia 13 de dezembro do ano passado, o ministro Luiz Fux determinou a prisão do ex-ativista. No dia seguinte, a extradição foi autorizada por Temer. Desde então, Battisti estava foragido. (Agência Brasil) 

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