Preços das frutas desabam em Goiânia e consumidores comemoram

Gerente da Ceasa-GO, Josué Lopes explicou que a maiorias dos produtos estão com valores mais amenos e que a tendência é de redução contínua

Postado em: 28-06-2024 às 07h00
Por: Thais Cristina Teixeira
Imagem Ilustrando a Notícia: Preços das frutas desabam em Goiânia e consumidores comemoram
Clima estável propicia uma melhor produção. Nas feiras, os comerciantes anunciam preços mais baixos | Foto: Thais Teixeira

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou um dado que mostra uma queda no valor da banana, laranja e mamão no mercado. A Conab apontou que o motivo para essa queda é a influência do aumento da oferta nacional. Segundo o balanço a média ponderada na redução da banana foi de 24,27%, ainda foi constatado que o maior índice de diminuição foi registrada na Ceasa Rio Branco, com uma queda de 42,35% em relação ao que no mês anterior, abril. 

Além disso, o relatório mostrou que  duas variedades de bananas, sendo elas a prata e nanica tiveram suas demandas reduzidas devido à concorrência com a mexerica poncã, fruta da época que muitos consumidores escolhem em troca da banana. A Conab esclareceu que em junho a variedade no mercado das frutas ajuda na manutenção dos preços em patamares mais baixos, já que para o mês é esperado um aumento na produção.

O mamão obteve um aumento da oferta nas zonas produtoras capixabas e baianas  para ambas as variedades, principalmente o papaya, influenciou na queda dos preços, em especial nos primeiros vinte dias de  maio. Na média ponderada, a redução chegou a 15,81%. 

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Segundo a Conab, mesmo que a quantidade de mamão que é ofertado em atacado caia no mês de junho, a expectativa é de que não haja um aumento nos preços por causa do volume de frutas que entra em circulação no mercado no período de temperaturas mais baixas, no início do inverno.

No caso da laranja, a Conab verificou preços 13,33% menores na média ponderada. Porém, este cenário não deve se repetir em junho. Já no final do mês de maio, os preços da fruta reverteram o comportamento de queda e esse cenário de incremento nas cotações deve continuar, já que os estoques de suco estão baixos e a safra deverá ser controlada para abastecer o mercado interno e externo, pois o volume armazenado tenderá a cair ou ficar estável por causa do balanço entre alta demanda e pouca matéria prima para fabricar o produto.

As hortaliças como alface, cebola e tomate também registraram redução nos preços. No caso da folha, o quadro atual é de diminuição de consumo e, por enquanto, condições favoráveis à produção e colheita. Com as temperaturas mais amenas, a produção das folhosas, em especial a alface, se desenvolve melhor, também favorecendo a qualidade do produto. Apesar das condições favoráveis para a colheita, as temperaturas mais frias ocasionam um consumo menor desses itens.

Depois de um período grande, a cebola obteve uma redução em seus valores. A média ponderada decresceu 9,11% em relação à média de abril. Em maio, o abastecimento do bulbo é realizado de forma descentralizada, um dos fatores que influenciam nessa reversão do comportamento nos preços do produto. Mesmo com a redução, a Conab constatou que os valores continuam altos. O tomate também teve redução nos preços depois de 3 meses com os valores mais altos. Em maio, mesmo com oferta menor que em abril (- 3,5%), as cotações ficaram mais baixas. 

Já a batata, cenoura, melancia e maçã registraram aumento nos preços. A maior alta foi verificada para a batata, que, na média ponderada, apresentou elevação de 39,94%. No caso da batata, o aumento se dá pela insuficiência no atendimento na demanda, motivado pela alternância entre o período de seca e de água. As enchentes no Rio Grande do Sul também impulsionam a alta que afetou a produção, colheita e transporte do item.

Para a cenoura foi verificada uma nova alta de preço. A pressão de demanda é explicada pela menor quantidade de raiz enviada por Minas Gerais, maior produtor nacional. Porém, há tendência de reversão deste cenário. Nos primeiros dez dias deste mês, o aumento da oferta mineira já influencia nos preços praticados nos mercados atacadistas, com Ceasas já registrando diminuição nas cotações.

No caso da maçã, ocorreram altas nas cotações e oscilação na oferta na maioria das Ceasas, devido ao controle executado pelas companhias classificadoras. Já para a melancia, a Companhia verificou elevação dos preços e queda do volume total comercializado. As safras paulista e baiana foram finalizadas e a produção em Goiás aumentou, mas ainda timidamente em relação ao ano anterior. Já a demanda é impactada negativamente pelo frio.

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, a Conab divulgou que  o volume total de exportações foi de 393 mil toneladas, queda de 6,52% em relação ao mesmo período do ano passado. Já em valor, o faturamento chega a U$S 481 milhões, superior em 4,17% em relação aos cinco primeiros meses de 2023, e de 22,9% em relação ao mesmo período de 2022.

Aumento da oferta nacional explica derrubada de preços

O gerente das Centrais de Abastecimento de Goiás S/A (Ceasa-GO), Josué Siqueira Lopes, explicou que no geral, o mercado está registrando queda em quase todos os produtos e que os que estão com os valores mais altos tendem a se acomodar com a tendência de queda dos outros produtos, Josué ainda explicou que esse comportamento deve acontecer tanto com as hortaliças quanto com as frutas. “A tendência agora é manter esse patamar de queda em função do clima, o clima estável propicia uma melhor produção”.

Josué também pontuou que a banana maçã, por exemplo, está com o preço elevado e que ela veio de uma alta do ano passado ocasionada por fatores climáticos. “Agora em função do período do frio em que ela começa a escurecer, quando ela fica nessa condição o mercado rejeita ela, causando a  necessidade do mercado no segmento Atacadista buscar o produto em outras regiões, por exemplo, São Paulo e Minas e Bahia. Então ela vai chegar mais cara então por isso que ela sofreu mais um reajuste novamente a banana maçã.”

Mas as bananas prata e nanica já estão com os preços mais acessíveis tanto para os consumidores quanto para os atacadistas. Em relação ao mamão, Josué relatou que Goiás depende de uma quantidade muito grande vinda de outras regiões, sendo a Bahia a principal. E que quando ocorre queda lá na produção do Formosa e do Papaya a oferta diminui, mas neste momento a tendência é regularizar a produção e melhorar a oferta do produto do mercado, no caso tanto da produção da Bahia quanto do Espírito Santo.

Evaldo, dono da Frutaria Vila Nova, contou que o valor de algumas frutas diminuiu, mas que os legumes também tiveram uma diminuição muito grande nos valores. Em relação às frutas, Evaldo pontuou que as bananas prata e nanica tiveram uma queda de quase 80%. Em relação às bananas maçã e terra, Evaldo percebeu que os valores aumentaram. Outras frutas como limão, abacate, mamão, melancia e maracujá também tiveram redução no  valor. Já abacaxi, manga e maçã obtiveram aumento nos preços. Quanto ao abacaxi, Evaldo falou que os preços continuam altos e a mercadoria sem qualidade. 

Em relação aos legumes, o comerciante percebeu uma queda acentuada no valor da cenoura, ele explicou que já chegou a pagar R$ 150 na caixa e em aproximadamente 10 dias ela caiu para R$60,00. Evaldo percebeu o mesmo cenário com a cenoura. A abobrinha chegava ao comércio a R$ 150 e hoje chega a R$ 60. Outro produto que teve uma queda expressiva para o comerciante foi a vagem que já chegou a R$400,00 a caixa e hoje chega a R$ 100.

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