Recuperação de uma área de risco no Jardim Novo Mundo ainda é incerta

Mais de 500 famílias vivem em local que sofre com erosão de mais de 16 metros de altura

Postado em: 17-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Mais de 500 famílias vivem em local que sofre com erosão de mais de 16 metros de altura

Isabela Martins*

A recuperação de uma área de risco localizada nas proximidades da Avenida Lincon, no Jardim Novo Mundo II, ainda está longe de ser uma realidade. De acordo com a Defesa Civil, a melhoria do local só será possível quando iniciado um projeto para controle da erosão, quando todas as famílias deixarem a área. Além disso, será necessário fazer um estudo para avaliar a aplicação do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Mais de 500 famílias vivem no local. 

A área passou nesta semana por vistoria da Defesa Civil. Para o coordenador de área de risco da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, Cidicley Santana, existem duas consequências esperadas pelo órgão caso caiam fortes chuvas no local: queda de barreira e desbarrancamento. 

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Existem residências próximas a barrancos com mais de 16 metros de altura. “Aquela região é repleta de erosões. O risco de desmoronamento é enorme. A área é uma bomba relógio”, alertou.

Segundo a Defesa Civil, as famílias que vivem no local aguardam a regularização fundiária do terreno. A área é monitorada desde 2008 quando o local começou a apresentar sinais erosivos, quando ainda não havia moradores por lá. A área passou a ser ocupada irregularmente por famílias em 2010.

Foram os moradores que começaram a perceber o inicio das erosões. “Quando os moradores perceberam as erosões no solo, tentaram aterrar com entulhos. Com a chegada das chuvas, esse aterramento foi levado embora com a força da água e a erosão aumentou. Existem várias casas que correm risco de desmoronar”, explicou o coordenador. As chuvas mais fortes costumam piorar a situação, tornando o terreno mais instável. 

Mesmo com a situação em que se encontra o local, o município não pode fazer nada em relação ao futuro das famílias, pois a área que elas ocupam pertence ao Governo Federal.  “Quando classificamos aquela área como de risco, passamos a monitorá-la para acompanhar a evolução ou não da erosão. Por volta de 2011 e 2012 o secretário municipal da época tentou realizar a retirada das famílias, mas não pode resolver o problema por ser da competência da União”. 

Para um portal de noticias da Capital, o Governo Federal, por meio de nota, respondeu que por se tratar de uma área que pertence a União, o Ministério do Planejamento Desenvolvimento e Gestão é responsável por autorizar a ocupação dos imóveis públicos federais e estabelece diretrizes para a permissão de uso, promoção, doação ou cessão gratuita quando houver interesse público. 

Ainda segundo a União, a prefeitura deve entrar em contato com a Superintendência da Secretária do Patrimônio da União (SPU) para que juntos os poderes busquem soluções para a situação das famílias do Jardim Novo Mundo II.   

Quando a área foi vistoriada em 2017 eram cerca 350 famílias que ocupavam o local. Os gestores públicos já haviam sido informados dos riscos do local que é considerado a área mais crítica da Capital. 

Áreas de risco

Segundo a Defesa Civil existem em Goiânia 18 locais considerados de risco. São mais de mil pessoas que moram nesses locais. A Vila São José é um dos pontos que é monitorado, nele há o encontro do Córrego Cascavel com o Ribeirão Anicuns. Em época de chuva algumas casas chegaram a ser alagadas. 

Além desses dois locais, os bairros que também são considerados de risco são: Vila Roriz, Vila Maria Rosa, Setor Norte Ferroviário, Vila Romana e Bandeirante, Setor Perim, Setor Aeroporto, Região do Córrego Fundo Noroeste, Bairro Capuava, Conjunto Caiçara, Setor Grande Retiro, Setor dos Funcionários, Setor São José, Vila Santa Helena, Setor Gentil Meirelles, Residencial Serra Azul, Vila Montecelli, Jardim América e Residencial Santa Maria. (Isabela Martins é estagiaria do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crystian) 

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