Meia Ponte chega a 7 mil litros por segundo e vazão entra em alerta

Com a chegada do período de estiagem, as preocupações com o nível da água que abastece cerca de 34% da capital goiana aumentam

Postado em: 03-07-2024 às 04h30
Por: Ronilma Pinheiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Meia Ponte chega a 7 mil litros por segundo e vazão entra em alerta
A Semad explica que o Estado de alerta é decretado quando a vazão do rio chega em um número menor do que 9 mil litros por segundo | Foto: Arquivo/O HOJE

A vazão do Rio Meia Ponte chegou a 7,2 mil litros por segundo e está em estado de alerta, segundo informou Jorge Werneck, subsecretário de biodiversidade, unidade de conservação e segurança hídrica da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Goiás (Semad).

Werneck explica que quando a vazão está abaixo de 12 mil litros é decretado estado de atenção. Quando esse número é menos do que 9 mil, há um estado de alerta. O nível crítico ocorre quando a quantidade de litros por segundo é de 5.500. Segundo o subsecretário, é nesse momento que medidas de restrição precisam ser tomadas.

Atualmente a Semad monitora o nível de água do manancial e disponibiliza os dados no site da secretaria para que a população acompanhe em tempo real. “Esses dados estão disponíveis no nosso sistema de informações e todo mundo pode acessar pela internet, e ver como o nível da água está caindo”, explica Werneck.

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Com a  chegada do período de estiagem, as preocupações sobre o nível de água do rio que abastece cerca de 34% da capital goiana, aumentam. Ainda mais, tendo em vista que o período chuvoso não foi tão significativo para o manancial. “Agora não temos mais chuvas”, comenta o subsecretário.

“O começo do período chuvoso foi com chuvas abaixo da média até meados do mês de dezembro. As chuvas que caíram em janeiro, fevereiro, março, abril e maio não foram suficientes para recuperar a nossa água no solo que mantêm os nossos rios durante esse período sem chuvas”, salienta Werneck.

Sem chuvas, a tendência do nível do rio é baixar cada vez mais até a chegada do período chuvoso a partir do mês de setembro deste ano. Enquanto isso, a Semad faz esse trabalho de monitoramento e acompanha o nível da água, a fim de prevenir qualquer risco ou necessidade de racionamento ou cortes mais drásticos no consumo da água.

Para que isso não ocorra, medidas são tomadas pela Semad que busca dialogar com diferentes setores da sociedade para achar uma solução viável. Uma dessas conversas é com a Saneago – concessionária de serviços de saneamento básico em Goiás. Juntas, as organizações trabalham em campanhas de conscientização e também de fiscalização e acompanhamento no campo.

Os trabalhos vão além das medições tomadas em relação à vazão, segundo o subsecretário. Também orientamos a respeito da entrada do sistema, o pedido de outorga, verificação se tem água ou não. Fazemos toda uma atualização das bases de dados para que a gente possa fazer esse controle da quantidade de água armazenada e da demanda”, detalha Werneck ao afirmar que o intuito é manter o uso da água de forma regular para as indústrias, agricultura e também para o abastecimento público.

Racionamento de água

Apesar de a maior parte do abastecimento da capital vir do Ribeirão João Leite, sendo 64% do total, uma boa parte vem do Rio Meia Ponte, como dito anteriormente, cerca de 34% desse abastecimento.

A Saneago declarou à imprensa recentemente que para garantir a estabilidade no abastecimento da população que vive em Goiânia, os sistemas foram interligados, por meio de uma adutora de integração, que reforça o Sistema Meia Ponte com até 800 litros por segundo. Desse modo, a água reservada do João Leite pode ser usada para abastecer também bairros atendidos pelo Meia Ponte.

Werneck reforça que, por isso, é importante manter o controle do nível de água do João Leite, para que o período seco não traga problemas graves para a população que pode ficar sem água.

Tanto a Saneago quanto  a Semad orientam os cidadãos e também os responsáveis pelas indústrias e produções agropecuárias, que façam uso consciente desse recurso natural, que é fundamental para a existência de todas as formas de vida, seja de pessoas, animais ou mesmo as plantas.

“Nós não temos mais chuva e durante esse período seco a população tem que fazer sua parte e usar água racionalmente seja no banho, lavagem de roupa tudo e outras ocasiões, para que a gente possa passar por esse período sem grandes restrições de água”, reforça o subsecretário.

Ao falar sobre um possível pior cenário, Jorge Werneck destaca que os prognósticos apontam para uma situação parecida ou igual a de 2021, quando o Rio Meia Ponte ficou a um nível do estabelecido pelo Plano de Racionamento para implantação do rodízio de abastecimento na Grande Goiânia e a vazão ficou com uma média de 2,7 mil litros por segundo.

“Se tudo correr como o caso de 2021, por exemplo, que está sendo a nossa curva de referência nesse momento considerando as vazões que nós temos, nós não teremos problema de falta d’água”, afirma, ao reforçar que apesar de ainda não se falar em racionamento, é preciso ter consciência do uso da água para evitar problemas maiores.

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