Bronquiolite: prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para evitar complicações

Doença se manifesta inicialmente como um resfriado comum, com coriza, obstrução nasal e tosse seca

Postado em: 06-07-2024 às 21h00
Por: Vitória Bronzati
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Profissional de saúde atende criança no HDT: unidade registrou 35 casos de bronquiolite este ano | Foto: Suyanne Morais/HDT/ISG

Com a chegada do inverno e a intensificação das mudanças climáticas, aumenta a incidência de doenças respiratórias, especialmente entre os pequenos. A bronquiolite, uma infecção viral que afeta as vias aéreas inferiores de bebês e crianças menores de 2 anos, é motivo de preocupação para pais e profissionais da saúde.

O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) oferece atendimento e tratamento dessa enfermidade. Segundo a infectologista pediátrica do HDT, Ludmilla Guilarducci, os sintomas podem começar como uma síndrome gripal, geralmente acompanhada de coriza e obstrução nasal. A criança pode apresentar tosse seca, mas é crucial ficar atento ao padrão respiratório, observando sinais como esforço, fadiga e retrações. Os pais devem estar atentos aos sinais de alerta, como respiração rápida, obstrução da respiração durante o sono ou apresentação de uma cor azulada nas extremidades dos dedos das mãos ou pés e nos lábios. O diagnóstico da doença é clínico. 

Medidas preventivas

Ludmilla destaca a importância da prevenção especialmente nos períodos do ano em que a bronquiolite é mais comum, evitando ambientes fechados e aglomerados e mantendo as crianças longe de locais com muitas pessoas. A médica ressalta a importância da higiene pessoal e da vacinação em dia, não apenas para prevenir a bronquiolite, mas outras doenças respiratórias, como pneumonia. É importante destacar que bronquiolite e pneumonia são doenças diferentes. Enquanto a bronquiolite é uma doença obstrutiva causada por um vírus, a pneumonia é um processo infeccioso no tecido pulmonar.

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Segundo a médica, é fundamental evitar visitas de pessoas doentes ou com sintomas respiratórios, especialmente bebês com menos de dois meses, já que possuem sistema imunológico mais frágil. A infectologista destaca duas formas de prevenção contra a doença: o uso de anticorpos específicos (recomendados para bebês prematuros, cardiopatas ou com problemas pulmonares) e vacina. Existem duas novas vacinas disponíveis no mercado, uma destinada a idosos e outra indicada também para as gestantes. O SUS ainda não distribui as vacinas, mesmo que elas estejam disponíveis no mercado.

Agentes causadores

O principal agente causador da bronquiolite é um vírus respiratório conhecido como sincicial respiratório (VSR), responsável por 58% dos casos graves, seguido pelos vírus influenza, responsáveis por cerca de 25% dos casos, e pelo vírus da Covid-19, responsável por 8% dos casos (Fiocruz). Outros vírus também podem causar este quadro, entre eles: metapneumovírus, adenovírus, vírus parainfluenza, vírus influenza, rinovírus e boca vírus.

O HDT registrou de janeiro até o momento 35 casos de bronquiolite. No mesmo período do ano passado, de janeiro a junho, foram registrados 21 casos. Em todo o ano de 2023, a unidade atendeu 56 crianças com essa enfermidade. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), Goiás registrou este ano 1.472 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças menores de 2 anos. Desses casos, 864 (59%) foram causados pelo principal agente da bronquiolite, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Em 2023, Goiás registrou 2.682 casos de SRAG nessa mesma faixa etária ao longo do ano, sendo 727 (27%) causados pelo VSR.

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