HDT ressalta importância de prevenir e diagnosticar a bronquiolite

Hospital público estadual oferece atendimento e tratamento da enfermidade, comum nesta época do ano, para crianças de até 2 anos de idade

Postado em: 08-07-2024 às 08h38
Por: Alexandre Paes
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FOTO REPRODUÇÃO| Criança Aerosol

A bronquiolite é uma infecção respiratória que afeta crianças, geralmente durante períodos de mudanças climáticas marcados por grande amplitude térmica e baixa umidade. O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), unidade do Governo de Goiás gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), oferece atendimento e tratamento dessa enfermidade. O diagnóstico da bronquiolite é exclusivo para crianças de até dois anos de idade e começa a se apresentar com um chiado no peito.

Segundo a infectologista pediátrica do HDT, Ludmilla Guilarducci, os sintomas podem começar como uma síndrome gripal, geralmente acompanhada de coriza e obstrução nasal. A criança pode apresentar tosse seca, mas é crucial ficar atento ao padrão respiratório, observando sinais como esforço, fadiga e retrações. Os pais devem estar atentos aos sinais de alerta, como respiração rápida, obstrução da respiração durante o sono ou apresentação de uma cor azulada nas extremidades dos dedos das mãos ou pés e também dos lábios. O diagnóstico da doença é clínico. 

Medidas preventivas

Ludmilla Guilarducci destaca a importância da prevenção especialmente nos períodos do ano em que a bronquiolite é mais comum, evitando ambientes fechados e aglomerados e mantendo as crianças longe de locais com muitas pessoas. Ela ressalta a importância da higiene pessoal e da vacinação em dia, não apenas para prevenir a bronquiolite, mas também outras doenças respiratórias, como pneumonia. É importante destacar que bronquiolite e pneumonia são doenças diferentes. Enquanto a bronquiolite é uma doença obstrutiva causada por um vírus, a pneumonia é um processo infeccioso no tecido pulmonar.

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De acordo com a médica, é fundamental evitar visitas de pessoas doentes ou com sintomas respiratórios, especialmente para bebês menores de dois meses, pois eles possuem um sistema imunológico mais frágil. A infectologista destaca duas formas principais de prevenção contra a bronquiolite: o uso de anticorpos específicos (recomendados para bebês prematuros, cardiopatas ou com problemas pulmonares) e as vacinas. Existem duas novas vacinas disponíveis no mercado, uma destinada a idosos e outra indicada também para as gestantes. Ainda que estejam disponíveis no mercado, as vacinas ainda não são distribuídas pelo SUS.

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Agentes causadores

O principal agente causador da bronquiolite é um vírus respiratório conhecido como sincicial respiratório (VSR), responsável por 58% dos casos graves, seguido pelos vírus influenza, responsáveis por cerca de 25% dos casos, e pelo vírus da Covid-19, responsável por 8% dos casos (Fiocruz). Outros vírus também podem causar este quadro, entre eles: metapneumovírus, adenovírus, vírus parainfluenza, vírus influenza, rinovírus e boca vírus.
O HDT registrou de janeiro até o momento 35 casos de bronquiolite. No mesmo período do ano passado, de janeiro a junho, foram registrados 21 casos. Em todo o ano de 2023, a unidade atendeu 56 crianças com essa enfermidade. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), Goiás registrou este ano 1.472 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças menores de 2 anos. Desses casos, 864 (59%) foram causados pelo principal agente da bronquiolite, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Em 2023, Goiás registrou 2.682 casos de SRAG nessa mesma faixa etária ao longo do ano, sendo 727 (27%) causados pelo VSR. (Especial para O Hoje)

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