Parque Ambiental Macambira Anicuns sofre com mato alto e falta de manutenção

Planejado para ter mais de 23 quilômetros de área, a obra já passou por três administrações municipais

Postado em: 25-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Planejado para ter mais de 23 quilômetros de área, a obra já passou por três administrações municipais

Thiago Costa

O Parque Ambiental Macambira Anicuns sofre com o mato alto e a falta de manutenção, como a limpeza da pista de caminhada e falta de energia. Com o objetivo de recuperar as orlas dos cursos d’água integrando-as ao sistema de áreas verdes e lazer da cidade, as obras ainda não estão concluídas e nas áreas que já existem infra-estrutura para que usuários desfrutem das dependências, a falta de manutenção e segurança impede a população de fazer o bom uso do parque. 

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Planejado para ter mais de 23 quilômetros de área, divididos em 11 partes na Capital, a obra que já passou por três administrações municipais atualmente gera desconforto entre moradores e usuários. Chamado de Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (PUAMA), o projeto corresponde a um conjunto de ações desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de Goiânia, por meio de uma Unidade Executora do Programa (UEP), focadas essencialmente na questão ambiental e sua sustentabilidade.

O Programa Ambiental Urbano contempla dois parques lineares, às margens do córrego Macambira e do Ribeirão Anicuns, totalizando 23,70 quilômetros, além de dois parques urbanos, o Parque Ambiental da Pedreira e o Parque Ambiental Macambira. 

Thiago Augusto e Thaissa Borges são casados e escolhem o Parque Ambiental Macambira Anicuns duas vezes por mês para suas atividades físicas. O casal, que tem no ciclismo uma maneira de sair de casa para a distração e não viver no sedentarismo, mora próximos a um shopping que divide os municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia e, segundo conta o casal, perto de onde eles moram não tem áreas abertas propícias para o ciclismo, o que os faz recorrerem ao parque Macambira para a prática da atividade. 

Thiago fica alegre pelo espaço, mas reclama sobre a falta de cuidados pelo poder público, que, segundo ele, precisa roçar o mato que já invade a pista de caminhada. Thiago e Thaissa reclamam da falta de policiamento no local, que afeta diretamente a escolha do casal sobre o horário que eles vão ao parque, sempre bem antes de escurecer. O casal optou por levar apenas um aparelho celular com eles durante o passeio, e fazem isso para que, em um possível assalto que eles possam sofrer por conta da falta de policiamento no local, o prejuízo seja menor. 

Thiago explica que todos os aspectos, como o mato alto, a falta de manutenção na pista e a falta de segurança, fazem com que famílias evitem os ambientes de lazer do parque. Durante a entrevista Thiago ressaltou que os brinquedos instalados no local estavam sem usuários e ponderou que o dinheiro foi gasto, mas a própria situação do local não contribui para o bom uso dos materiais, que, de acordo com o ciclista, nenhuma família vai ficar entre o mato alto do parque. 

Thaissa afirma que não tem coragem de ir pedalar sozinha no parque. Ela conta que uma vez até tentou a experiência de pedalar com uma amiga, mas que um carro suspeito parou próximo delas e enfrentaram dificuldade na fuga, porque as duas estavam em uma subida e não poderiam dar a volta, pois se fizessem isso, iriam em direção ao carro com atitudes suspeitas. Embora tudo tenha ocorrido bem neste dia, agora ela só vai ao parque com a presença do esposo e tomando o cuidado de levar apenas o necessário para cronometrar a quantidade de quilômetros e tempo percorridos. 

Betânia Feliciano mora com os filhos em uma casa que fica de frente ao parque Macambira Anicuns há aproximadamente 21 anos. A moradora reclama que não faz muito tempo que o parque ficou por mais de um mês sem iluminação, com apenas alguns pontos iluminados. Betânia explica que a última vez que viu equipes roçarem o mato e limpar as calçadas da pista foi em outubro.

A moradora, que é uma das mais antigas da região, garante que não vê equipes trabalhando no local para a manutenção do parque e explica que antes do por do sol todos os frequentadores, sejam ciclistas, pedestres ou famílias nos parquinhos se dispersam em direção às suas casas, porque o local já é perigoso e piora com a falta de policiamento mais para o fim da tarde. 

Betânia acredita que se existisse um cercado entre a pista de caminhada e a área de preservação ambiental tudo melhoraria e os usuários se sentiriam mais confiantes.  Ela explica que o lixo que as pessoas deixam no parque e a iluminação são alguns nos principais pontos que precisam de atenção. 

Segundo a moradora, dias atrás ela foi dar uma volta no parque, mas se deparou com bichos mortos e bastante lixo. Ela pede ao poder público que cuide mais do Parque para que mais pessoas se sintam atraídas para visitar as dependências que foram instaladas para a população desfrutar, mas que atualmente precisa de uma atenção maior. 

Como explica a moradora, o medo dos frequentadores do parque é que exista algum criminoso escondido entre o mato alto e puxe as vítimas para dentro do parque, já que não existe, em todo o espaço, proteção de telas ou cercas para a maior segurança dos que passam pelo local. “Às vezes podemos ver a Guarda Municipal e a Polícia Militar passando aqui. Tem um parque por aqui que tem um posto policial, mas esse lado do parque que eu moro é menos privilegiado em questão à segurança”, conta.  

Goiânia foi eleita a Capital mais arborizada do país 

Ao escolher uma cidade para morar, cada um tem suas preferências. Em Goiânia, há os que gostem da vida agitada, mas também existem aqueles que preferem curtir a natureza. A Capital de Goiás tem muitos parques e bosques, distribuídos por regiões. Em 2018 Goiânia ganhou, entre as cidades com mais de um milhão de habitantes, como a mais arborizada do país, com 89,5%, levando em conta a taxa entre as características do entorno dos domicílios, dentro da cidade.

Goiânia tem atualmente 32 parques e bosques e, de acordo com um site que recolhe avaliações de frequentadores sobre suas boas ou más e experiências, os cinco melhores parques da Capital são o Parque Flamboyant, Vaca Brava, Parque Areião e o Bosque dos buritis. 

Frederico Costa é publicitário, dono de uma empresa de roupas em Aparecida de Goiânia e sempre recorre à Capital com sua namorada para curtir os espaços abertos, que o proporciona um momento relaxante para recarregar as energias para a semana agitada que passará entre trânsito e toda a vida urbana para cumprir suas atividades semanais no trabalho, já que ele também é concursado e trabalha em um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) da Capital. 

Frederico sempre optou por parques do que por shoppings. Como explica o publicitário, as duas cidades que ele vive, Goiânia e Aparecida são cidades agitadas, que têm uma vida muito ativa e barulhenta e é isso que o faz preferir parques como o Vaca Brava e o Flamboyant. Adepto da vida fitness, Frederico não dispensa tomar uma água de coco, mas garante que um sorvete de casquinha não faz mal a ninguém durante esses passeios. 

“Trabalho de segunda a sexta no Cmei e quando saio da instituição de ensino preciso ir atender meus clientes na loja que minha mãe me ajuda a tomar conta pela manhã, enquanto estou no trabalho que sou concursado. Todos os dias eu lido com muitas pessoas. Pessoas de todos os tipos, das melhores às piores, por isso preciso tomar um ar para renovar minhas energias aos fins de semana, por isso saio de Aparecida de Goiânia e sempre que tem um parente na minha casa, logo o convido para um passeio nesses parques, sempre ao lado da minha namorada que também ama esse tipo de passeio”, conta Frederico.  

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