Preferência por comércio de bairro atinge 75% dos consumidores 

Cristiano Caixeta afirma que a fidelidade dos clientes aos comércios bairristas é importante para a continuidade destes

Postado em: 13-07-2024 às 04h00
Por: Thais Cristina Teixeira
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Comércios de bairros estão presentes nos 246 municípios de Goiás gerando arrecadação tributária, empregos e novos negócios | Foto: Douglas Pires

As lojas independentes ajudam a movimentar o varejo de vizinhança e fidelizam o consumidor pela conveniência de comprar perto de casa, sem ter de enfrentar o trânsito dos grandes centros urbanos. O Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás(Sindilojas Go), divulgou que os pequenos negócios vêm conquistando a preferência dos consumidores. 

O balanço divulgado revelou que os comércios de bairros conquistaram a preferência de 75% dos consumidores em território nacional, esse dado foi extraído da 4° edição de pesquisas feitas pela Kantar Thermometer. O presidente do Sindilojas acredita que em Goiânia a movimentação segue em ritmo aproximado ao da pesquisa realizada pela Kantar Thermometer. 

Cristiano Caixeta, presidente do Sindilojas-GO, explicou que a fidelidade do consumidor às lojas independentes é determinante para o comércio de bairro, que luta para se reerguer em meio aos impactos de longo prazo da pandemia. 

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“As lojas independentes, muitas delas de tradição familiar, batalham para continuar cativando o seu público, que não abre mão dessa conveniência de fazer as compras perto de casa e com comerciantes conhecidos de muitos anos. São empreendimentos que dependem bastante do fluxo de caixa diário. É dali que saem os recursos para os comerciantes pagarem as contas da loja”, pontua Cristiano. 

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista explicou que apesar de não haver levantamento específico para Goiânia e Goiás,é perceptível que, por sua tradição, o comércio de bairro ganhou fôlego após a pandemia, época em que foi detectado o fechamento de cerca de 5 mil lojas de rua na capital. “É um segmento sólido do comércio varejista que se popularizou, que ganhou mais senso de comunidade nos últimos quatro anos”. 

Cristiano Caixeta, representante do sindicato informou que alguns dos segmentos que mais têm crescido são os de lojas de armarinhos, roupas e acessórios do vestuário, variedades e artigos de cama, mesa e banho, entre outros. 

Os comércios de bairros estão presentes nos 246 municípios de Goiás gerando arrecadação tributária, empregos e novos negócios. “Isso movimenta a economia das cidades, gera competitividade e fortalece a cadeia produtiva como um todo”. Acrescentou Cristiano.

A estudante da Universidade Federal de Goiás, Letícia Lourencetti, contou que costuma frequentar e encontrar o que procura nos comércios bairristas. “Os produtos que mais costumo adquirir em comércios bairristas são: panificados, congelados e lanches rápidos de uma forma geral (pão de queijo, bolachas, bolos, leite, café), ingredientes e complementos para receitas (como temperos), além de equipamentos de tecnologia (fones de ouvido, carregadores, etc)” pontua Letícia

Ela pontuou que para realizar atividades como complementar receitas, por exemplo, ela sempre opta por comércios locais pela rapidez. “Os lanches rápidos também são por causa da proximidade, geralmente são para consumo imediato”. Já para compras de estoque (como arroz, feijão, óleo, as chamadas compras do mês) ela possui preferência por estabelecimentos maiores pelo preço. “O atendimento personalizado em alguns desses comércios de bairro também contam, mas sua importância é reduzida diante do fator preço”.

Douglas Pires, possui uma loja chamada Dream Cases, com segmento em vendas de acessórios para celular, carregador, películas e capinhas  para celulares no Setor Nova Suíça em Goiânia. Ele acredita que em comparação com os anos anteriores, a procura de moradores da região aumentou em torno de 20 a 30%, ele atribui esse aumento a fatores como praticidade, e aquisição instantânea do produto, sem precisar esperar chegar, como acontece em apps de venda na internet.

O proprietário da Dream Cases explicou que trabalhava em uma drogaria e começou a comprar e revender capinhas como uma fonte de renda extra. Com o estoque dentro do carro ele foi repondo as mercadorias, e quando menos esperou, estava com uma quantidade boa para poder abrir uma loja física. 

“De lá pra cá a gente vem trabalhando, trabalhando, vendendo bastante, repondo mercadoria e hoje a gente já está com a loja bem recheada, com muito mais produtos e opções de produtos pros clientes”, relatou o microempreendedor. 

Galerias e ruas comerciais oferecem comodidade ao cidadão 

Marcela é estudante da Universidade Federal de Goiás, contou que costuma encontrar tudo o que precisa perto de casa, devido aos vários segmentos de comércios, como mercadinho, papelaria, pet shop. “Pro dia a dia é ótimo porque é uma coisa rápida e facilita muito ser perto de casa, principalmente o mercado, para aquelas comprinhas semanais mais rápidas só pra garantir a janta depois do trabalho”

Apesar da diversidade  de comércios, Marcela, que mora no Setor Santos Dumont, contou que não consegue encontrar alguns itens. “A areia que ele costuma usar é mais cara e nunca encontro por aqui. Então acho que tem a ver com o bairro também, moro no santos Dumont então acho que não teria muita saída e por isso não coloquem talvez. No mercadinho também tem pouca variedade, é mais pra “quebrar o galho” mesmo” afirmou

Douglas disse também que nos últimos anos tem percebido que os clientes estão mais focados nos comércios de bairro, ele acrescentou que os clientes também procuram os comércios mais centralizados fazem comparações de preço e qualidade de produto. Para ele, questões como a forma como o cliente vai ser atendido e se o produto procurado vai ser encontrado influenciam muito.

Quanto a preferência pelo local das compras, Marcela explicou que depende do tipo da compra, se for uma compra de mês onde é necessário reabastecer produtos e comprar mantimentos a preferência é por supermercados maiores como atacarejos pela maior variedade e por conseguir adquirir tudo o que precisa em um único lugar. “Porque às vezes quando a gente deixa pra comprar no mercadinho ou coisa mais perto de casa se não tem ali você tem que procurar outro e acaba que você leva um tempo maior. Tem que ir em vários lugares”

“Mas normalmente na correria do dia a dia eu prefiro pagar um pouquinho mais caro no mercadinho de bairro para não ter que enfrentar a fila e o deslocamento então no dia a dia eu acabo comprando muito mais do que no mercado ainda esquina”, finalizou destacando a comodidade de ter tudo próximo da residência.

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