Secretária de Educação quer que detentos produzam uniforme para estudantes goianos

Segundo a secretária, a proposta já foi apresentada ao governador Ronaldo Caiado (DEM), que aprovou a ideia

Postado em: 31-01-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo a secretária, a proposta já foi apresentada ao governador Ronaldo Caiado (DEM), que aprovou a ideia

Higor Santana*

A secretária de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), Fátima Gavioli, pretende fazer com que detentos do sistema prisional goiano fabriquem uniformes para os estudantes da rede pública do Estado. A ideia é utilizar a unidade de produção que já existe no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia para a fabricação das roupas.

Segundo a secretária, a proposta já foi apresentada ao governador Ronaldo Caiado (DEM), que aprovou a ideia. “Conversei com o governador, ele adotou a idéia, achou muito boa, e deu carta branca para que a gente rodasse dois pares de uniformes completos para cada criança matriculada na rede estadual de ensino Goiás a partir de 2020”, conta Fátima.

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A expectativa da secretária é de que o projeto se inicie ainda nesse ano. No local destinado para a produção, o complexo prisional de Aparecida de Goiânia, detentos já trabalham atualmente na produção de uniformes que atendem as unidades prisionais goianas.

Escolas Militares

Os uniformes serão distribuídos gratuitamente aos estudantes da rede estadual de ensino no início do próximo ano letivo. Contudo, alunos de escolas militares não serão contemplados porque essas unidades escolares possuem um regimento próprio que estabelecem um tipo de vestimenta específica.

O objetivo da proposta, segundo a secretária, é não só ajudar na ressocialização dos apenados, mas também trabalhar a inclusão dos alunos da rede pública de ensino. Para ela, a projeto pode ajudar a reduzir as diferenças na sala de aula. “Você pensar que dentro da rede não existe ninguém que está usando uma roupa diferente da sua, todo mundo se sente muito igual nesse momento”, explica.

Fátima também cita que a proposta pode ter resistência de alguns e é por isso que é preciso repensar o atual modelo de Educação. “Se a criança vai toda rasgadinha para escola e o outro vai usando uma roupa de marca, está normal. Agora, todos usarem uma roupa com a mesma malha, aí está diferente? Então a gente precisa rever o nosso conceito de escola inclusiva mesmo”, finaliza.

Ressocialização 

Segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), 18 projetos foram desenvolvidos só no ano passado com mais de 954 detentos. Eles trabalham realizando manutenções de espaços públicos e até mesmo em confecções de roupas e móveis.

No ano passado, 50 presos foram inseridos no Projeto Recuperando Pessoas e Vidas, que visa a manutenção de parques e áreas verdes da Capital pelo trabalho de detentos do semiaberto da Colônia Agroindustrial de Aparecida de Goiânia, que recebem a remuneração de um salário mínimo (R$ 954) pelo serviço.

Uma parceria entre a Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan) e a DGAP permitiu o uso de mão de obra de reeducandos na manutenção de terrenos do Estado. (Higor Santana é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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