Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Preços de frutas e hortaliças caem mais de 20% no mercado

Segundo a Conab, Goiás foi o estado que apresentou a maior redução no valor da cenoura e outros legumes

Postado em: 22-07-2024 às 04h36
Por: Thais Cristina Teixeira
Imagem Ilustrando a Notícia: Preços de frutas e hortaliças caem mais de 20% no mercado
O relatório apontou que apesar do preço da maioria das frutas e verduras terem caído, batata, maçã e banana registraram aumento no valor | Foto: Thais Teixeira

O 7º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mostrou que a maioria das frutas e hortaliças tiveram queda em seus preços, a redução de produtos como cenoura, alface, mamão e melancia passaram de 20% .

A maior redução no valor da cenoura foi registrada em Goiás, com uma variação negativa de 35,76%. O relatório da Conab aponta que essa redução favorável ao consumidor, muito provavelmente, pode ser explicada  pela constância dos envios da raiz aos mercados de todas as regiões produtoras e não só a partir de Minas Gerais, maior abastecedor nacional. 

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Outro fator mostrado pelo balanço divulgado, é que apenas no Ceasa de dois estados a queda no valor da cenoura não foi superior a 20%, sendo o Ceasa de Florianópolis em Santa Catarina onde os preços mantiveram estabilidade e em Fortaleza no Ceará onde a redução foi de 12,73%.

Segundo o relatório a folhosa, também registrou queda em seus valores, a maior diminuição foi registrada na Central de Abastecimento (Ceasa) de Recife, com uma alteração negativa de 46,49%. 

O cenário de comercialização desta hortaliça durante os meses de junho e julho é semelhante ao registrado em maio. Mesmo com produtos de boa qualidade, a queda na demanda impacta na redução de preços.

A média ponderada com a redução de preços para o mamão em junho atingiu 26,34. Esta diminuição é explicada pela oferta e procura. Foram registradas maiores quantidades de papaya e formosa, originários do norte do Espírito Santo e do sul da Bahia. Além disso, a demanda por frutas no último mês foi menor, principalmente devido ao frio, que acabou provocando os preços no atacado e no varejo. A tendência é que essa dinâmica se repita em julho.

O caso da melancia é semelhante, o aumento da produção em Goiás e o início da colheita no Tocantins garantiram um bom abastecimento do produto ao mercado atacadista. Além disso, a demanda foi afetada negativamente pela queda das temperaturas. Com isso, a queda das ações em média ponderada chegou a 23,72%.

Os níveis de oferta de cebola nos últimos dois meses também causaram a queda dos preços. Em junho, a queda atingiu 10,83% dos preços médios. Também para tomate e laranja, a Conab registrou queda na média ponderada dos preços, mas não em porcentual tão elevado. No caso do tomate, a queda chegou a 6,11%, enquanto os preços da laranja, em média ponderada, caíram 3,29%.

Na direção oposta, batata, maçã e banana ficaram mais caras nos principais atacadistas analisados ​​pela Companhia. No caso dos tubérculos, a produção resultante da seca não foi capaz de enviar aos mercados volumes suficientes para manter os preços baixos o suficiente para retirá-los. O aumento foi de cerca de 3,36% em média ponderada.

Na direção oposta, batatas, maçãs e bananas ficaram mais caras nos principais atacadistas analisados ​​pela Companhia. No caso dos tubérculos, a produção da safra seca não foi capaz de enviar aos mercados volumes suficientes para manter os preços baixos . O aumento foi de cerca de 3,36% em média ponderada.

A banana registou um aumento ligeiramente mais significativo, atingindo 6,46% se considerarmos o preço médio ponderado do produto. O aumento é explicado principalmente pela diminuição da oferta da variedade nanica, especialmente nas regiões produtoras de Minas Gerais e São Paulo. 

Para as maçãs, a Conab registrou ligeiro aumento de 1,35% nos preços médios, no marco do controle da oferta – maximizado pela safra ruim na Região Sul – por parte das companhias classificadoras e à menor demanda decorrente, principalmente, da presença do tempo frio, festas juninas, férias escolares e concorrência com frutas de época.

No primeiro semestre de 2024, o volume total exportado foi de 409 mil toneladas, queda de 8,44% em relação ao intervalo janeiro/junho de 2023, e o faturamento foi de U$S 476,1 milhões (FOB), superior 0,5% em relação ao primeiro semestre de 2023 e de 16,2% em relação ao mesmo período de 2022.

Contudo, a Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte (Faern) espera um aumento no comércio das principais frutas brasileiras no exterior. Isto deve ser explicado por um rendimento favorável ao desenvolvimento de produtos que garantam a segurança da água na produção, bem como pelo facto de o mercado europeu também apresentar custos de produção muito elevados, problemas laborais, problemas climáticos e um câmbio atrativo.

Alho dobrando de preço, laranja custando caro e bolso vazio 

O jornal O Hoje conversou com algumas pessoas para entender se essa diferença apontada pelo relatório estava sendo percebida pelo consumidor final. Margarida de Fátima contou que não percebeu a redução e afirmou que as frutas e hortaliças estão com valor elevado mas nos dias de promoção os valores ficam acessíveis. “As frutas e hortaliças estão caras, mas no dia da promoção a gente compra bem mais barato”, disse.“O maracujá já esteve em um preço altíssimo, praticamente impossível de comprar, no dia de promoção o valor fica bem em conta”, pontua a consumidora

Joelma, também pontuou que os valores das frutas e hortaliças ainda estão elevados nas prateleiras, ela exemplificou produtos como o alho e o alface para citar os preços altos. “Muito caro, alguns produtos estão com preço absurdo, o alho por exemplo, praticamente dobrou o preço. O alface também está caro, hoje em dia para uma dona de casa que ganha um salário mínimo é bem difícil”, afirma Joelma

Para Maria Aparecida o valor das verduras como tomate, pimentão e cebola andaram abaixando, mas a laranja e a batata ainda estão com o valor elevado, Maria Aparecida também destacou o valor alto do alho. “Andou abaixando um pouco o preço das verduras, tem algumas que ainda estão caras a batatinha e laranja por exemplo, e mesmo quando esses produtos mais caros estão em promoção as vezes não faz muita diferença porque a redução é de centavos. O tomate estava muito caro e abaixou, o pimentão e a cebola também estão mais baratos. O alho está um absurdo, muito caro, mas ainda assim no geral está puxado”

Marinalda acredita que os valores estão em uma média boa, ela destacou principalmente a cenoura. “Verdura que está com o valor bem interessante é a cenoura, porque há algum tempo atrás a cenoura estava bem cara, e hoje ela está muito mais barata, tomate também está com o preço acessível, por enquanto está ótimo, pelo menos para esses produtos que são os que eu mais consumo”.

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