70% do lixo produzido em casa é reciclável, mas apenas 6% são reutilizados

Ecoponto não ajuda apenas com os aspectos ambientais, contribui também com a cadeia produtiva

Postado em: 05-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ecoponto não ajuda apenas com os aspectos ambientais, contribui também com a cadeia produtiva

Isabela Martins*

Com seis meses de funcionamento na região leste da Capital, a unidade de ecoponto do Jardim Guanabara recebeu cerca de 600 toneladas de resíduo reciclável, construção civil e galhos. Nesse período mais de 700 pneus também foram recebidos. Mesmo com o resultado positivo do ecoponto, somente algo em torno de 6% do lixo produzido em Goiânia é reciclado. Enquanto, segundo dados da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), cerca de 70% do lixo produzido nos lares poderiam ser reutilizados.

Inaugurado em maio de 2018, o Ecoponto Guanabara fica entre as ruas GB-5 e GB-6 no Jardim Guanabara II e chama a atenção pelo espaço demarcado por paredes de madeiras e caçambas diferentes para cada tipo de resíduo. Neles o morador pode dispor gratuitamente de pequenos volumes de resíduos de construção civil, podas de árvores, móveis, recicláveis, eletroeletrônicos, óleo de cozinha e pneus. Essa foi à primeira unidade inaugurada em Goiânia, e a Prefeitura trabalha para instalar outras unidades em diferentes regiões da Capital.

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A unidade administrada pela Comurg funciona todos os dias das 7hs às 19 horas. Todo material é recebido por agentes de limpeza e controlado por meio do Controle de Transporte de Resíduos (CTR). Quando as caçambas enchem, caminhões da coleta seletiva e remoção recolhem os resíduos. O objetivo é sempre manter a organização e higienização do espaço. Segundo a Comurg em um primeiro momento a ideia é que sejam 16 pontos de ecopontos espalhados pela Cidade em locais que ainda estão sendo decididos.  No ano passado, nas Cooperativas cadastradas no Programa Goiânia Coleta Seletiva foram coletadas mais de 20.400 toneladas de materiais recicláveis. 

O ecoponto não ajuda apenas com os aspectos ambientais, evitando que esses objetos sejam descartados em vias públicas, contribui também com a cadeia produtiva. A prefeitura mantêm parceria com 15 cooperativas, que contam com cerca de 231 cooperados e todo material reciclável coletado pela Comurg é encaminhado as mesmas. Já os demais volumes são encaminhados para o Aterro Sanitário. Para o presidente da Companhia, Aristóteles de Paula, embora esteja instalada na região leste da cidade, a unidade recebe material de moradores de vários pontos da capital. 

Consciência

A dona de casa Claudia dos Santos não tinha o hábito de separar o lixo que pode ser reciclado. Tudo mudou quando ela viu o caminhão da coleta seletiva em seu bairro. Desde então uma vez por semana ela deixa os recicláveis no portão de casa. “Eu não tinha essa consciência de separar o lixo, foi quando eu vi o caminhão da coleta passando aqui na rua, aí decidi começar a separar o que dava para reciclar. Separo toda a semana as garrafas pets, caixa de papelão, até o que está na casa da minha mãe eu pego e deixo aqui no portão”. 

Ainda segundo ela, separar o lixo deveria se tornar um hábito de todos. “Acho que todos deveriam ter a consciência da importância que é separar os recicláveis. Se todos fizessem isso a cidade poderia quem sabe ser mais limpa”, completou.

Cata Treco 

Os caminhões que rodam a Capital recolhendo material reciclável, o chamado Cata Treco, recolheram em 2018 mais de 25.321 itens. Em relação ao descarte correto do lixo, e a separação correta dos materiais, a Comurg afirma ter notado uma melhora, mas acredita que o número poderia ser maior ainda já que boa parte do lixo produzido nos lares é reciclável. 

Desde o início do ano a prefeitura vem realizando em um domingo ao mês operação especial do Cata Treco. Na primeira ação foram recolhidos cerca de 1.131 objetos, desses 152 sofás, 136 cadeiras, 86 guarda-roupas, 31 fogões, dentre outros objetos. Para solicitar o serviço, basta entrar em contato com a Comurg e agendar um horário, geralmente o serviço é realizado em 10 dias. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Cristhyan) 

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