Mina de terras raras terá aporte de US$ 190 mi em Minaçu

Investimentos vão chegar a US$ 190 milhões e gerar cerca de 300 empregos diretos

Postado em: 08-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Investimentos vão chegar a US$ 190 milhões e gerar cerca de 300 empregos diretos

Isabela Martins*

A Mineração Serra Verde deve investir nos próximos dois anos cerca de US$ 190 milhões para desenvolver a instalação de uma mineradora em Minaçu. O município tem uma das maiores reservas de argila iônica do mundo. A expectativa é que a construção possa gerar 1.800 empregos indiretos e quando estiver funcionando a geração de empregos será de cerca de 300 vagas diretas. Desde 2009 a empresa aplicou cerca de R$ 90 milhões em pesquisa mineral e no desenvolvimento de processos de tratamentos de minério. 

Segundo a empresa dona da mineradora, na cidade há uma grande quantidade de terras raras em argilas iônicas, mineral utilizado pela indústria na fabricação de componentes de alta tecnologia. A licença prévia para o projeto foi concedida em setembro, e as licitações para a compra de equipamentos e serviços devem ser lançadas nas próximas semanas. O investimento aguarda apenas a outorga da licença de instalação. 

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A previsão é que o projeto entre em operação até o início de 2021. O depósito descoberto em Goiás é um dos maiores do mundo, comparado às grandes reservas de terras raras do Sul da China. O país asiático corresponde a 80% da produção de minério.

Expectativa 

A construção da mineradora está gerando muito expectativa na região. A maior fonte de emprego no município era o amianto, material usado na construção de telhas e caixas d’água. Mas após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a utilização da substância por ser considerada cancerígena, moradores da região acabaram perdendo o emprego.

A expectativa dos moradores é que a nova mineradora fortaleça a economia do município. A empresa Serra Verde convocou uma reunião onde 6 mil moradores compareceram para receber esclarecimentos sobre o trabalho que será realizado no local. 

Rejeitos 

Em entrevista para um rádio da Capital, o vice-prefeito Zilmar Duarte explicou que não há motivos para que os moradores da cidade tenham receio com a instalação da mineradora já que não oferece nenhum risco para a cidade. “Tendo em vista que a extração que será usada pela empresa não vai gerar rejeitos. Vai ser uma forma química, um processo de lixiviação, purificação e concentração, aonde a separação não vai se nem feito aqui na cidade e nem no Brasil”, explicou.

Fiscalização

O Ministério Público do Trabalho (MPT) destinará R$ 500 mil reais à Secretaria de Estado Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) e ao comando de Policiamento de Ambiental da Polícia Militar do Estado de Goiás para a aquisição de bens e serviços para fiscalizar as barragens existentes em Goiás. O valor foi arrecadado de penalidades aplicadas a empresas que desrespeitaram as regras trabalhistas.

De acordo com o procurador do trabalho Meicivan Ferreira a fiscalização é importante para prevenir acidentes. “Os órgãos responsáveis precisam estar equipados adequadamente para que seja feito um trabalho sistemático e efetivo de inspeção das barragens de rejeitos de minério no Estado”. A arrecadação foi acertada em reunião com na sede do MPT-GO junto com a secretária do Meio Ambiente do Estado Andrea Vulcanis e o comando de Policiamento Ambiental tenentes-coronéis Francisco Jubé, Carlos Borges e Carlos Alberto. (Isabela Martins é estagiaria do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Cristhyan) 

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