Hospital Estadual Alberto Rassi oferece aos pacientes oficinas de arte

Oficinas de pintura são realizadas quinzenalmente no jardim do HGG

Postado em: 09-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Oficinas de pintura são realizadas quinzenalmente no jardim do HGG

Isabela Martins*

A cada 15 dias o Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), oferece aos pacientes da unidade oficinas de arte. O projeto é uma parceria com um professor da Escola de Artes Visuais, instituição auxiliar que oferece as aulas. Ministrada pelo artista plástico Alexandre Liah, e coordenada pelo Serviço de Terapia Ocupacional do Hospital, as aulas são realizadas para pacientes internados na unidade e acompanhantes. O objetivo é fazer com que os pacientes se divirtam e libertem a criatividade nas telas. 

A oficina começou em abril de 2014 quando o Hospital realizou uma atividade de prevenção ao Parkinson. “Eu pensei em uma oficina que os pacientes poderiam trabalhar a movimentação dos braços, das mãos, dos dedos e essa oficina funcionou bem. A partir disso tive a ideia de estender essa oficina de pintura para os pacientes do HGG”, comentou Alexandre. 

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Para a responsável pela área de Humanização do Hospital Anna Paula Hirako um dos objetivos da terapia é a socialização dos pacientes. “A gente busca essa interação social do paciente para liberar os sistemas cognitivos dele, a questão social e a coordenação motora”. O trabalho também é realizado junto com a equipe de psicologia e serviço social, responsáveis por escolher os pacientes que precisam de um momento de interação. Quem não pode participar são pacientes que estão em isolamento ou que não têm condições de descerem para o jardim.

Parceria que deu certo

Os cavaletes são do artista que os empresta para as atividades, já os materiais como tela, tinta, pincel foram adquiridos pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idetech), que administra a unidade. Os pacientes são chamados de artistas por toda equipe. “Isso contribuí para melhorar a autoestima deles.  Então, de certa forma, muda o clima, toda a feição dos pacientes”, explicou o artista. 

Internada por 15 dias na unidade, Adneia Silva participou das duas primeiras oficinas do ano. A jovem relata que a experiência foi algo diferente de se ver em um hospital. “Eu gostei muito porque nos distraimos um pouco, não fica só no quarto”, comentou. Alexandre, que é o responsável por mediar à oficina, busca sempre convidar outros artistas com quem fez o curso de licenciatura em artes visuais como uma forma deles experimentarem participar da atividade. 

De acordo Anna Paula, alguns pacientes muitas vezes se retraem no início da atividade por acharem que não dão conta. São nesses momentos que a equipe conversa e tenta criar um imaginário em cada um. “A maioria diz que nunca pintou que nunca teve essa experiência do fazer arte. Então a gente tenta criar um imaginário, remota às memórias do artista, as coisas que ele sonhou para que ele solte a sua subjetividade, criatividade para que aproveite e faça um trabalho com as próprias mãos”.

As atividades são uma forma de inclusão e humanização, algo que é uma dinâmica e filosofia do Hospital. Para Alexandre, uma das metas desse ano é sensibilizar o instituto para fazer um catálogo com as fotos das pinturas dos artistas. As oficinas duram cerca de uma hora, e acontecem a cada 15 dias, nas terças-feiras.

Outras atividades

Além da oficina de pintura o HGG oferece aos internos outros projetos de humanização. O Hospital empresta livros aos pacientes para que tenham um momento de leitura durante a internação. Voluntários que compõem a liga do riso vão ao local fazer apresentações e ainda um sarau acontece todas as quintas-feiras com cantores voluntários. (Isabela Martins é estagiaria do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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