Confronto étnico mata 40 civis em povoado no Mali

Líder da etnia peul afirmou que a única maneira para encerrar esses atos de violência é o diálogo entre as etnias

Postado em: 18-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Líder da etnia peul afirmou que a única maneira para encerrar esses atos de violência é o diálogo entre as etnias

Pelo menos 40 pessoas morreram neste domingo (17) em um povoado no centro do Mali devido a um ataque que a polícia atribuiu a milícias donzo, formadas por tradicionais caçadores da etnia bambara que confrontam integrantes da etnia peul.

Segundo testemunhas, os homens armados invadiram nesta madrugada o povoado de Libbé, na cidade rural de Bankass, na região de Mopti, e atacaram a população local de maioria peul. Outros quatro civis ficaram feridos neste ataque e mais de 60 casas e dezenas de armazéns foram incendiados.

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Um líder da etnia peul, que pediu o anonimato, afirmou à Agência Efe depois do massacre que a única maneira para encerrar esses atos de violência é o diálogo entre as etnias, a reconciliação entre os diferentes grupos e a dissolução das milícias locais.

“Este diálogo tem que acontecer nos povoados de Mopti, e não nos escritórios da capital Bamaco”, enfatizou a fonte.

No início de janeiro, mais de 30 civis, entre eles crianças e idosos, morreram em um ataque similar cometido contra os habitantes peul do povoado de Koumaga, situado a sete quilômetros de Libbé.

A região de Mopti foi durante 2018 um palco de confrontos intermitentes entre os grupos tuaregues rivais e entre os caçadores e pastores pelo controle da terra, além de razões religiosas, já que os caçadores acusam os peul de terem vínculos com os grupos jihadistas locais.

A ONG Human Rights Watch alertou que mais de 200 civis morreram e dezenas de aldeias foram incendiadas no centro do Mali durante 2018 como consequência dos ataques de milícias formadas por etnias da região. 

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