Falta de energia elétrica causa prejuízos para produtores rurais em Goiás

Alguns produtores chegaram a ficar cerca de 150 horas no escuro ano passado

Postado em: 18-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Alguns produtores chegaram a ficar cerca de 150 horas no escuro ano passado

Isabela Martins*

Produtores do Sudoeste do Estado vem sofrendo com as constantes quedas de energia na região. Os municípios que mais são atingidos são Mineiros, Rio Verde, Jataí e Portelândia. Segundo o presidente da Comissão de Avicultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Aloir Vicente, na região de Mineiros existem cerca de dois mil aviários, e que por dia são abatidos 650 mil frangos, mas devido à falta de energia esse número diminui para 100 mil por dia. Já em Rio Verde e Jataí produtores reclamam que além da perda do leite eles não podem ligar os pivôs de irrigação no período de estiagem. 

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Alguns produtores aviários chegaram a fica cerca de 150 horas sem energia, o que prejudica o desempenho dos animais e tem elevado a mortalidade das aves, uma vez que a alimentação, hidratação e a climatização dependem do fornecimento elétrico. Segundo a Associação dos Avicultores Integrados da Perdigão Mineiros (Avip), os produtores estão sofrendo com a falta de energia, e que muitas vezes a situação é fácil de ser resolvida, mas não há agilidade por parte da companhia de energia para responder.

No final de janeiros moradores do município de Mineiros realizaram um protesto pacífico em frente à unidade da Enel Distribuição do município. Eles reivindicavam a falta de energia e a má qualidade no atendimento aos consumidores.

Em nota, a Enel afirma que as fortes chuvas e os ventos que atingiram a região na época causaram danos a rede elétrica, comprometendo o fortalecimento de energia para alguns clientes. A empresa ressalta que em alguns locais de difícil acesso, os eletricistas precisam percorrer trechos a pé pela falta de passagem para veículo.

Rio Verde

Em Rio Verde são cerca de 306 integrados na Associação Goiana dos Produtores de Aves, Suínos e Ovos (Aginterp), e segundo o presidente e produtor rural Dolvimar Lucas Lovatto, os produtores já sofriam com falta de energia quando era a antiga empresa Celg, mas segundo ele, a situação dos produtores piorou com a chegada da Enel.  “Em janeiro e em fevereiro foi uma paralisação de muito tempo, chegando a ficar três, quatro dias sem energia, o que inviabiliza a produção. Já tentamos de todas as maneiras achar uma alternativa para o problema”, comentou.

Ainda segundo o presidente, a situação é muito mais séria do que se imagina. Os produtores já desembolsaram cerca de R$ 720 mil em óleo diesel para os geradores para conseguir manter a produção. Eles chegaram a ir até Brasília para tentar resolver o problema. Na última sexta-feira (15), alguns produtores se reuniram com o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira, para buscar uma alternativa para a situação dos produtores da região. 

Inquérito 

O presidente da Alego afirmou que diante das reclamações sobre a companhia de energia Enel será criada uma Comissão Especial de Inquérito (CPI) para averiguar investimentos e serviços da empresa em Goiás. Segundo Lissauer, o pedido da CPI conta com mais de 20 assinaturas de deputados. “Há um sentimento na casa de que é necessário analisar com profundidade os termos da privatização da Celg, notadamente acerca dos compromissos que a Enel teria de cumprir para efetivar do contrato firmado com o Estado”. (Isabela Martins é estagiaria do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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