Maioria dos abusos sexuais registrados no Estado ocorreram contra menores de 14 anos

Crime ocorre três vezes mais em crianças e pessoas vulneráveis do que em adultos

Postado em: 19-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Crime ocorre três vezes mais em crianças e pessoas vulneráveis do que em adultos

Higor Santana*

A maioria dos casos de abuso sexual registrados no Estado ocorre contra menores de 14 anos e do sexo feminino. De acordo com dados da Secretaria De Segurança Pública de Goiás (SSP), só neste ano já foram registrados 26 casos. Já de janeiro a abril do ano passado foram 544 estupros contra vulneráveis, sendo 68 casos somente em Goiânia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada cinco mulheres com menos de 18 anos já foi vítima de estupro ou outra violência sexual. 

O estupro de vulnerável tem como vítimas os menores de 14 anos, indivíduos com algum tipo de deficiência mental, enfermidade ou que devido aos efeitos do álcool ou uso de drogas, não tenha o necessário discernimento para praticar o ato. Ainda segundo a SSP, em 2018 o número de abusos cometidos contra vulneráveis é três vezes maior do que contra adultos, que registrou 646 ocorrências.

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De acordo com a SSP, em 2018 foram registrados 1.934 estupros de vulnerável, número 2,44% maior do que registrado no ano anterior, e que representa cinco casos desse crime por dia em Goiás. A Secretaria informou ainda que, a maior quantidade dos casos registrados em 2018, ocorreu durante o mês de agosto, nas segundas-feiras, à meia-noite. 

Em todo o Estado, Goiânia foi o município que mais teve ocorrências sobre estupro de vulnerável. A Capital aparece no levantamento da SSP com 29,8% das ocorrências, número que representa 251 vítimas. Resultando em um aumento de 9,61% em relação a 2017 quando ocorreram 229 casos. Na sequência aparecem as cidades de Anápolis com 11,5%, Luziânia 9,6% e Aparecida de Goiânia, com 9,3%.

Investigação

Os abusos são investigados pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), ou pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que instaura o inquérito. A DPCA também investiga atos infracionais ligados à pornografia infantil e demais crimes cibernéticos que envolvam menores. Contudo, na Capital, crimes dessa natureza são apurados pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc).

De acordo com a delegada da DPCA Paula Meotti, é importante que os pais estejam atentos às mudanças comportamentais dos filhos para identificarem o quanto antes os abusos e, assim, realizarem as denúncias. “É fundamental a atenção dos pais em relação aos filhos. Observem o comportamento de seus filhos. Ao notar sinal de mudança, fale com ele. Tente entender o que está acontecendo. Ter um diálogo aberto com os filhos é o melhor caminho para constatar logo o crime”, explica.

Casos

Um dos casos de abuso mais recentes é o de um homem de 43 anos, que foi morto com um tiro no abdômen, na noite do último sábado (16), no Residencial Cidade Verde, em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil (PC), a suspeita é de que a vítima do homicídio tenha estuprado uma adolescente de 17 anos minutos antes. O caso é investigado pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).

Outro caso é o de outro homem preso suspeito de abusar da enteada adolescente, em Itumbiara, região sul do estado. Segundo a Polícia Civil, o suspeito estava sendo procurado há cerca de três semanas, quando a mãe da vítima descobriu os abusos e denunciou o caso. (Higor Sanata é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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