Ministério Público de Goiás propõe uma ação civil pública contra João de Deus

Indenização chega a R$ 20 milhões por danos morais coletivos e dano social

Postado em: 22-02-2019 às 11h38
Por: Suzana Ferreira Meira
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Indenização chega a R$ 20 milhões por danos morais coletivos e dano social

Da Redação

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) propôs na última quinta-feira (21), uma ação civil pública contra João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, na qual é solicitada uma indenização de R$ 20 milhões por danos morais coletivos e dano social. A ação tem caráter punitivo-pedagógico, por meio da responsabilização civil do acusado. O médium, de 76 anos, foi denunciado por centenas de mulheres que relataram abusos sexuais durante atendimentos espirituais, na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.

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De acordo com o promotor Augusto César, o valor total da indenização será destinado a projetos locais, regionais e nacionais de prevenção à violência sexual contra mulheres, assim como à proteção e amparo das vítimas desse tipo de agressão. “O pedido visa garantir acesso à Justiça a estas vítimas e proteção integral a elas”, ressaltou.

A ação civil pública foi comunicada durante encontro com a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), Damares Alves, na sede do MP, em Goiânia. Além do pedido de reparação, a MP apresentou também, na última quarta-feira (20), uma nova denúncia contra João de Deus pelo crime de estupro de vulnerável, relativa a cinco vítimas.

Caso João de Deus

O médium João Teixeira de Faria, de 76 anos, conhecido como João de Deus, está preso desde o dia 16 de dezembro, quando se entregou à polícia em Abadiânia, interior de Goiás. Ele, que habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), continua preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital.

João de Deus foi denunciado por mais de 500 mulheres, que relataram ter sido abusadas durante sessões espirituais ao Casa Dom Inácio Loyola. Segundo a Promotoria responsável pelo caso, à época, João de Deus oferecia “atendimentos particulares” a mulheres após os tratamentos, momento em que os abusos eram cometidos.

As acusações vieram de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará, Santa Catarina, Piauí e Maranhão, e pelo menos seis países – Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça.

Polícia Civil encerra caso João de Deus

No dia 10 de janeiro, durante coletiva de imprensa na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), a delegada Karla Fernandes comunicou que a força-tarefa montada pela Polícia Civil para investigar os crimes cometidos pelo médium João de Deus encerrou, oficialmente, todos os seus procedimentos.

De acordo com a investigadora, dos sete inquéritos abertos, João de Deus foi indiciado por quatro. O restante dos inquéritos conclusos foi remetido com relatório para arquivamento. A delegada informou também que todos os procedimentos que estavam em andamento na Polícia Civil de Goiás estão sendo, agora, encaminhados ao Poder Judiciário. Entretanto, segundo ela, o médium só foi indiciado em quatro: dois por abuso sexual e dois por porte ilegal de arma de fogo.

  

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