Cresce alunos no tempo integral

Escolas particulares foram as que mais registraram aumento no número de matrículas

Postado em: 25-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Escolas particulares foram as que mais registraram aumento no número de matrículas

Isabela Martins*

O número de alunos no ensino em tempo integral nas escolas particulares teve um aumento em 2018. No ensino fundamental passou de 2,1% para 2,2%. Já no ensino médio subiu de 3,9% para 4,0%. Os dados são do Censo Escolar de 2018 divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Enquanto na rede privada o número de matrículas aumentou, na rede pública houve queda de 19,4% em 2015, para 10,9% ano passado. No ensino integral os alunos passam sete horas nas unidades participando de diversas atividades. 

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No Colégio Externato São José, por exemplo, a procura pelo ensino integral na unidade é crescente ano a ano, e que a forma de ensino não é uma obrigatoriedade e sim uma opção oferecida às famílias.  “A procura é crescente, e a necessidade que as famílias enxergam ao invés de deixar as crianças apenas ligadas à tecnologia, que se integrem as atividades, e que a escola também colabore em desenvolvê-las”, afirma a diretora da unidade, Tatiana Santana.

A diretora ainda ressaltou que a educação em tempo integral é para fazer com que o tempo do aluno nas unidades seja de qualidade, de forma que valorize a permanência e amplie as diferentes possibilidades de acesso ao conhecimento.   

Durante as sete horas em que ficam nas unidades de ensino os alunos tem a possibilidade de desenvolver o conhecimento em diferentes áreas. Um dos exemplos é o oferecido no Colégio Externo. De acordo com Tatiana, a instituição em que ela integra oferece aos seus alunos três bases que irão colaborar na vida da criança. Eixo esportivo com atividades como vôlei e judô. Para os que precisam desenvolver responsabilidades com os estudos ou alguma atividade avançada de matemática são inseridos no eixo intelectual. E por fim o cultural com atividades de arte e dança. Na instituição são 120 alunos matriculados em tempo integral.

Ensino Público 

Segundo o Censo nas escolas da rede pública do país houve uma diminuição na quantidade de matrículas no ensino fundamental. Passou de 16,3% em 2017 para 10,9% em 2018, esse número chegou a 19,4% em 2015. No Brasil são mais de 27 milhões de estudantes no período integral, desses, 83% estão em escolas públicas. 

De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), as matrículas em tempo integral nos anos iniciais do ensino fundamental foram de 10.014 e já nos anos finais o número subiu para 20.167. No ensino médio foram realizadas no ano passado 14.151 matrículas. O número de escolas de tempo integral são 111 no ensino fundamental e 84 no médio em todo o Estado. Algumas unidades oferecem os anos iniciais e finais do ensino fundamental, já outras os últimos anos do fundamental e o ensino médio. 

O projeto de escolas de tempo integral no Estado começou em 2006 apenas em escolas de ensino fundamental e, segundo a superintendente da Seduce, Márcia Antunes, na época, algumas entidades foram implantadas sem muitos critérios, que não levavam em conta infraestrutura do ambiente, público e outras questões que devem ser avaliadas. Desde 2015 a implantação de escolas do ensino fundamental um para o tempo integral passou a ser uma responsabilidade do município.

Em 2012 as escolas de ensino médio começaram a virar integrais, e segundo a superintendente a implantação foi de forma diferente. “Já inicia desde essa época uma proposta de educação integral em tempo integral, onde o estudante não terá só mais horas nos dias de aula, teremos um projeto pedagógico bastante fortalecido, e aí para garantir que esse projeto pedagógico de fato se fortaleça, a gente começa a trabalhar com professores em tempo integral, com currículo totalmente integrado a base nacional comum curricular”.

De acordo com a superintendente, os estudantes têm aulas no período da manhã e tarde de modo que, principalmente com os alunos do ensino médio se trabalhe um projeto de vida. “Os nossos estudantes do ensino fundamental dois eles seguem para o ensino médio, e esses do ensino médio é comum que eles sigam para as universidades. A gente prima para outra projeção para esses alunos. Amplia os horizontes desses estudantes para que eles projetem o futuro”. Ainda segundo ela a meta é que se amplie o número de escolas em tempo integral, mas para isso é necessário que se pense na infraestrutura das unidades, e na remuneração adequada para que os professores tenham melhores condições de planejar suas aulas. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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